O Peru declarou estado de emergência em toda sua fronteira com o Equador, e afirmou que irá reforçar a vigilância na área com um maior contingente de policiais e militares na área, após uma onda de ataques do narcotráfico. O anúncio do governo peruano aconteceu na última terça-feira (9). A crise na segurança do país vizinho começou com a fuga de membros de grupos armados de presídios.
A medida do governo peruano incluiu as regiões do Amazonas, Cajamarca, Loreto, Pitura e Tumbes. As duas últimas já estavam em situação de emergência desde novembro do ano passado, por conta da insegurança na fronteira com o Equador. Os ministros da Defesa, Jorge Chávez, e do Interior, Víctor Torres, irão viajar para a cidade de Tumbes, nesta quarta-feira (10) para coordenar as ações do governo.
O presidente do Conselho de Ministros do Peru, Alberto Otárola, indicou que o país enviará às regiões um contingente de forças policiais especiais e forças armadas. O número deste contingente, no entanto, não foi revelado.
A decisão do governo peruano foi tomada após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros do país sobre a crise da violência no Equador, país em que o Peru compartilha uma fronteira que tem 1.420 quilômetros. As autoridades peruanas também condenaram os atos de violência no Equador, afirmando: “que violam os direitos fundamentais dos equatorianos e atentam contra a segurança desse país irmão”, afirmou o governo de Dina Boluarte.
Daniel Noboa, presidente do Equador. (Foto: reprodução/Rodrigo Buendia/ AFP)
Crise de segurança no Equador
O Equador vive uma crise de segurança pública. Na última terça-feira, o presidente do país, Daniel Noboa, decretou que o país passa por um Conflito Armado Interno após membros de um grupo de homens armados invadirem os estúdio de uma rede de TV, a Notícias TC, na cidade Guayaquil. Após isso, a polícia do país afirmou que prendeu 13 pessoas e que os funcionários da emissora estão vivos.
Além disso, o governo equatoriano também decretou que 22 grupos do crime organizado sejam identificados como organizações terroristas e “atores beligerantes não estatais”. Noboa também decretou que as Forças Armadas do país também devam realizar operações para neutralizar grupos armados. O governo do Equador também formou um Conselho de Segurança Pública e do Estado para analisar a situação da segurança do país.
Estado de Emergência
Na última segunda-feira (8), o presidente equatoriano, Daniel Noboa, havia declarado estado de emergência no país por 60 dias. Nela, ficou estabelecido que aconteça patrulhas militares, inclusive dentro de prisões e ainda estabeleceu que aconteça um toque de recolher noturno no país.
Foto destaque: Dina Boluarte, presidente do Peru (à esquerda) e Aberto Otarola, primeiro ministro (à direita). (Reprodução/ Cris BOURONCLE/ AFP)