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Passo a passo da queda do ATR-72 que deixou 62 mortos

Investigação aponta possível 'estol' como possível causa de aeronave despencar 4 mil metros antes de explodir em condomínio em vinhedo-SP

10 Ago 2024 - 11h20 | Atualizado em 10 Ago 2024 - 11h20
Passo a passo da queda do ATR-72 que deixou 62 mortos Lorena Bueri

Na última sexta-feira (9), um avião ATR-72 da Voepass caiu em um condomínio residencial, matando todas as 62 pessoas a bordo. O voo saiu de Cascavel-PR com destino a Guarulhos e fez uma viagem tranquila por mais de uma hora; porém, terminou com uma queda brusca de 4 mil metros em menos de um minuto. As investigações iniciais apontam para uma perda de sustentação da aeronave como provável motivo do acidente. Especialistas e autoridades estão analisando as evidências para determinar as causas exatas da tragédia.

Passo a passo

Ainda não se sabe o motivo da queda do turboélice ATR-72 da empresa Voepass, antiga Passaredo. Segundo as informações disponibilizadas sobre os dados de registro do voo, o bimotor decolou do aeroporto de Cascavel às 11h46 e seguiu sem alterações até subir para 5 mil metros de altitude, atingida às 12h23. O voo manteve-se nesta altitude até que, às 13h21, começou a registrar queda. Segundo a FAB, a partir desse momento, não foi possível estabelecer qualquer contato com a aeronave, e, segundo o controle de aproximação de São Paulo, os pilotos não declararam emergência.

Apenas um minuto após a perda de altitude, a aeronave caiu aproximadamente 4 mil metros a uma velocidade de aproximadamente 440 km/h. Às 13h26, o 'Salvaero' foi acionado e encontrou a aeronave totalmente destruída dentro de um condomínio no município de Vinhedo, interior de São Paulo.



Avião cai em Vinhedo SP vídeo mostra o momento da queda (Vídeo: rreprodução/Youtube/UOL)


Algumas imagens da queda abrupta foram registradas em solo e, segundo especialistas, indicam que a queda em ‘espiral parafuso’ da aeronave pode ser um indício de um ‘estol’, que é uma situação em que a asa perde sustentação, levando a uma queda brusca. Há relatos de condições climáticas no momento que podem sugerir a formação de gelo sobre as asas, o que poderia ter contribuído para essa condição. A companhia aérea Voepass, em nota, declarou: “A aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização do voo”. Em seu site, informou que os próximos passos são apoiar e dar assistência às famílias dos passageiros e tripulantes.


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Destroços de um avião que caiu com 61 pessoas a bordo em Vinhedo SP (Foto: reprodução/Nelson ALMEIDA/AFP/Getty Images Embed)


Modelo do avião e segurança

Sobre o modelo do avião em questão, o mecânico de aviação Lito Sousa, do canal do YouTube "Aviões e Música", explicou ao "Estadão" que o ATR 42 e o ATR 72 dominam o mercado de aviação regional turboélice. São aviões feitos para operações de curta duração, voando baixo e não tão rápido por causa das hélices. Isso permite que eles operem em pistas pequenas e com baixa infraestrutura. Esses aviões são muito vendidos pelos baixos custos operacionais, o que os torna atraentes para as companhias aéreas.


POR QUE AVIÃO DA VOEPASS CAIU? Lito Sousa, do Aviões e Músicas, explica possibilidades (Vídeo: reprodução/Youtube/Estadão)


Sobre o gelo nas asas ser o possível motivo do acidente, o mecânico disse: “Houve alguns acidentes no passado causados por formação de gelo, o que levou à modificação dos sistemas e à maneira de operar o avião. Como esses aviões voam baixo, estão mais propensos a enfrentar condições de formação de gelo.” Ainda segundo Lito, essa é uma situação que requer cuidados especiais. Mesmo que o sistema pare de funcionar, o piloto pode tomar algumas atitudes: “Descer o avião em alta velocidade, pois a temperatura do ar nas camadas mais baixas aumenta, eliminando o gelo das asas. Se o gelo se formar na asa, pode causar uma disrupção no fluxo de ar, levando à perda de controle,” disse ele. Lito não acredita que o modelo do avião em si seja o motivo do acidente, ressaltando que é preciso seguir o rito de não divulgar informações antes do desenvolvimento das investigações.

Investigação e declarações oficiais

Para as autoridades em aviação, neste momento é prematuro tirar quaisquer conclusões definitivas sobre o acidente, embora o 'estol' seja uma hipótese forte. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou estar de posse das duas caixas-pretas, o que é crucial para as investigações. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério de Portos e Aeroportos estão monitorando as investigações e a prestação de assistência às famílias das vítimas. A Voepass, por sua vez, se comprometeu a colaborar com as autoridades e a fornecer apoio irrestrito aos familiares. A Polícia Federal também abriu um inquérito para investigar o acidente.

Foto Destaque: vista aérea dos destroços da aeronave ATR 72- que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo-SP (reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/Getty Images Embed)

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