Distribuídos amplamente pela América do Norte, os álamos-tremulantes, se reproduzem por clonagem, Apesar de parecer uma floresta de árvores individuais, na verdade é, um conjunto de espécies geneticamente idênticas. Troncos brancos de folhas cintilantes: verdes na primavera, amarelas, laranjas, rosas ou vermelhas no outono, brotam de uma rede de raízes interconectadas, eles integram um único organismo.
Em geral, um álamo cobre menos de 4 mil m². Às vezes, uma árvore chega a ser uma floresta inteira. Em um trecho da Floresta Nacional Fishlake, encontra-se um bosque de álamos. O que poderia ser centenas de troncos, mas na verdade são 47 mil álamos interconectados por uma única raiz. Conhecido como Pando ('eu espalho', em latim), estende-se por 42 hectares, uma área equivalente a quase 60 campos de futebol.
Com peso estimado em 6 mil toneladas, Pando é considerado o ser vivo mais pesado na terra, pelo menos acima do solo. Em massa, o álamo equivale aproximadamente a 35 baleias azuis. Cada tronco do Pando vive entre 80 e 130 anos e, à medida que uma árvore morre, outra brota. Mas, esses brotos estão sendo comidos por veados e gados.
Os álamos germinam novos brotos em resposta ao estresse. Reprodução: : Diane Cook e Len Jehnshel\ National Geographic Creative
Professor adjunto de ecologia na Universidade Estadual de Utah e diretor da Western Aspen Alliance, Paul Rogers, é o responsável pelos estudos da vida do Pando há anos. Rogers revisou mais de 70 anos de imagens aéreas e realizou a primeira análise abrangente da floresta. Foi descoberta que existiam menos troncos se regenerando do que os que estavam morrendo.
Os humanos alteraram sutilmente esse ecossistema, com a eliminação de predadores como ursos e onças, e com a excessiva pastagem de gado em terras florestais. Ao National Geographic Paul Rogers diz “Se não encontrarmos, nas próximas décadas, melhores medidas para proteger o Pando dos animais de criação e da vida selvagem, esse insólito espécime florestal poderá simplesmente desaparecer”, afirmou. "A floresta está envelhecendo, mas a nova geração não está sobrevivendo e está acontecendo sob nossa vigilância”, ressalta.
"No entanto, o problema é mais simples do que a solução. Os cervos e alces são administrados pelo estado, que está sob pressão para manter altas populações das espécies para a caça, mas ela não é permitida perto do Pando. É uma área de lazer, popular entre os turistas. Os animais sabem que a região é segura". Rogers ouviu todas as propostas: usar fogos de artifício, atirar em veados com balas de festim ou afugentá-los com veículos. Porém, ele não considera essas ideias práticas. Alterar os padrões da pastagem em florestas estabelecidas para “usos diversos” também não é fácil.
Também foram discutidas questões sobre colocar cercas em grandes escalas, Rogers afirma, que a sobrevivência de Pando precisa ser ajustada para resolver de uma vez o problema dos muitos cervos e do gado na região. Já para Cosmo Magazine Rogers afirma “Acho que, se tentarmos salvar o organismo apenas com cercas, nós veremos tentando criar algo como um zoológico na natureza”.
Outra solução seria trabalhar com os agricultores para ajudar a remover o gado da área florestal e até mesmo sacrificar alguns dos cervos.
Foto Destaque: Pando. Reprodução: Diane Cook e Len Jehnshel\National Geographic Creative.