Depois de quase 1 ano e meio de conflito e mais de 40 mil mortos, Israel e Hamas consentiram por um cessar-fogo nos conflitos ocorridos na Faixa de Gaza. O acordo começa a valer no domingo (19) e prevê a libertação de reféns de ambos os lados em fases. O acordo foi celebrado por ambos os lados da guerra. Os israelenses comemoram a notícia em acampamento montado em frente ao Museu de Artes da capital Tel Aviv. No local, familiares dos reféns fazem vigília para pressionar Benjamin Netanyahu pelo acordo.
“Então, para nós é apenas o começo. Queremos todos eles aqui” afirmou um parente de dois dos reféns. Na Faixa de Gaza, a celebração pelo acordo foi na cidade de Khan Younis, uma das cidades mais devastadas pelo conflito. A expectativa da população é que tenham um tempo prolongado de paz e possam reconstruir a vida.
“Estamos muito felizes que esta crise, tristeza, bombardeio e morte que aconteceram conosco finalmente acabaram e que voltaremos para nossas cidades natais e voltaremos para nossas famílias” disse um palestino forçado a se deslocar durante o conflito.
Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 2 milhões de pessoas tiveram que se deslocar durante o conflito. Inclusive fez com que o sul de Gaza fosse o lugar com a maior densidade demográfica do mundo por vários meses, como consequência dos bombardeios. Os acordos foram conduzidos por Estados Unidos, Catar e Egito. As conversas também contaram com a participação de representantes dos Emirados Árabes Unidos.
Veja como funciona o acordo
O acordo tem como ponto central a troca de reféns entre o Hamas e Israel, com o grupo libertando mais de 30 reféns nessa primeira fase em troca de centenas de palestinos presos por Israel. Em outras fases, vão ocorrer mais libertação de reféns.
Além da libertação de reféns, o acordo prevê a retirada das forças israelenses de Gaza, entrada apenas de residentes desarmados pelo norte da região, liberação de corredores humanitários principalmente na fronteira de Rafah, neste primeiro momento para pessoas doentes, e aumento de ajuda humanitária para as pessoas afetadas pelo conflito.
Palestinos conviveram com mortes e devastação durante o conflito (Foto: Reprodução/Omar Al-Qattaa/Getty Images Embed)
Outro ponto discutido nos acordos de cessar-fogo foi a governança da região da Faixa de Gaza. De início, os países que conduziram o acordo queriam que o controle da região ficasse com a Autoridade Palestina, organização que já controla a Cisjordânia desde o Acordo de Oslo, mas Israel preferiu assumir o controle da região até que uma nova autoridade palestina seja eleita.
Mesmo com acordo houve bombardeios em Gaza
Horas após o anúncio do acordo de cessar-fogo, Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza. Os bombardeios atingiram a escola de Al Falah que foi transformada em abrigo para os refugiados na cidade de Gaza.
Segundo o governo israelense, os bombardeios ocorreram por violações a cláusulas do acordo de cessar-fogo por parte do Hamas, que nega a ocorrência de tais violações. De acordo com o serviço de emergência de Gaza, 70 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas nos bombardeios.
Foto destaque: palestinos comemoram cessar-fogo no conflito entre Hamas e Israel (Reprodução/EFE/MOHAMMED SABER)