O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou, por meio de um documento oficial divulgado nesta sexta-feira (21), que Israel irá anexar partes da Faixa de Gaza caso o Hamas não entregue os reféns restantes que seguem em sua posse, vivos ou não. Caso essa ocupação ocorra, significa, na prática, a expulsão da população civil de Gaza, gerando uma nova crise humanitária na região e aumentando as tensões com a comunidade internacional. A decisão de anexação, se confirmada, foi acusada de ser uma punição injusta contra os palestinos, já que afetaria todos eles, e não apenas o grupo extremista Hamas.
Quebra do cessar-fogo já deixou centenas de vítimas
O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas foi iniciado em 19 de janeiro, mediado por Estados Unidos e Egito, na tentativa de reduzir as hostilidades e permitir negociações para a libertação dos reféns. Esse acordo previa uma pausa total nos ataques e a troca dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza por prisioneiros palestinos presos em Israel. No entanto, na última terça, 18 de março, Israel voltou a atacar o território palestino, rompendo com o acordo feito e deixando desde então cerca de 500 vítimas fatais, entre civis e combatentes. Uma proposta de extensão do acordo até abril havia sido feita, com a condição de que todos os reféns israelenses fossem libertos, porém, sem que isso representasse o fim da guerra. O Hamas não aceitou a proposta, o que criou um impasse.
A Faixa de Gaza (Foto: Reprodução/Pixabay/@hosnysalah)
Faixa de Gaza foi ocupada pela última vez há 20 anos
A última ocupação da Faixa de Gaza feita por Israel, começou em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. A ocupação durou até 2005, com o governo israelense estabelecendo assentamentos e presença militar na região. Há 20 anos, o governo israelense retirou suas tropas como parte de um plano de retirada unilateral, mas manteve controle sobre fronteiras, espaço aéreo e águas territoriais. Com a nova ameaça de anexação, o temor existente é de que esse cenário de total ocupação volte a ser uma realidade em 2025.
Foto destaque: O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz (Reprodução/X/@visegrad24)
