Nesta quarta-feira (25), a bancada do PT na Câmara dos Deputados, liderado pelo deputado Reginaldo Lopes (MG) e por Zeca Dirceu (PR), que irá assumir a liderança do partido em fevereiro, protocolaram uma denúncia no Tribunal de Contas da União (TCU) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro para investigar o uso indevido do cartão corporativo, ou seja, o uso indevido do dinheiro público durante as "motociatas" com apoiadores, que ocorreram ao longo dos quatros anos de mandato.
Foto: Jair Bolsonaro Reprodução/Instagram
Os parlamentares citam no pedido uma reportagem feita pelo Estadão no qual estima que cada passeio de moto de Jair Bolsonaro junto com os seus apoiadores tenha custeado cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Segundo eles, o jornal em parceria com a Fiquem Sabendo, agência de dados especializados no acesso a informações públicas, consultou dois mil documentos classificados como sigilosos, anexados na prestação de contas do cartão corporativo.
“Queremos a imediata investigação contra Bolsonaro por utilizar de forma irregular o cartão corporativo, utilizando dinheiro público para promover um crime eleitoral, campanha antecipada através das motociatas”, afirmou o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que assinou a representação da sigla.
“Queremos pedir imediata investigação de Bolsonaro por crime eleitoral e por corrupção, por utilizar dinheiro público na campanha eleitoral”, completou.
“As viagens de Bolsonaro para promoção pessoal representavam despesas volumosas, tanto com a hospedagem de cerca de 30 servidores públicos que partiam de Brasília, como com a alimentação de aproximadamente 300 pessoas que davam suporte no local de destino”, diz trecho da reportagem anexado na denúncia.
Na noticia aponta que uma das motociatas realizada em maio de 2021 (pandemia), no Rio de Janeiro, custou aos cofres públicos R$ 116 mil, além de contar com suporte de policiais militares local, tropa de choque, socorrista e agentes do Exército. Cita também o gasto com alimentação abordo nas viagens de Bolsonaro na aeronave da Força Aérea, aproximadamente 4 mil por viagem.
Os deputados afirmam que a reportagem evidencia a completa malversação de dinheiro público, com a única e exclusiva finalidade de enaltecer a figura do ex-presidente junto a seus apoiadores, sem qualquer vinculação a atos de interesse público.
Ao final da peça, os deputados argumentam que o prejuízo causados aos cofres públicos por Bolsonaro em razão da realização de evento de caráter indisputavekmente pessoal, sem qualquer interesse público, porém, às custas de dinheiro público deve ser ressarcido em sua integralidade ao erário, para que possa ser destinado a ações de interesse da coletividade.
Foto destaque: Jair Bolsonaro Reprodução /Instagram