Cresce todos os dias o número de mulheres que sofreram violência obstétrica no Brasil. Entende-se por violência obstétrica qualquer intervenção, procedimentos desnecessários e/ ou sem evidências cientificas a gestantes e parturientes; violência física, verbal ou sexual e qualquer ato que ofendam mulheres antes, durante e após o parto.
A Fundação Perseu Abramo realizou um estudo em 2010, identificando que 1 a cada 4 mulheres alegou ter sofrido violência obstétrica. Publicada em 2012, pelo Nascer no Brasil, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em pesquisa mais recente, 30% das mulheres atendidas em hospitais privados foram vítimas de violência obstétrica, enquanto no SUS, a taxa é de 45%.
Vácuo extrator, utilizado para expulsão do bebê em partos normais. (Foto:Reprodução/ Metropoles)
O assunto vem ganhando mais visibilidade nos últimos tempos devido o caso do menino Bernardo. Em outubro de 2021, Shakespeare Novaes Cavalcante de Melo, médico obstetra, foi denunciado ao Ministério Público Federal pela morte de um bebê após o parto. Segundo a família, o bebê teria sofrido um trauma na cabeça após o médico utilizar uma ferramenta chamada "vácuo extrator", para conseguir retirá-la do útero da mãe, além da manobra de Kristeller realizada por uma enfermeira.
As denúncias só foram aceitas pelo MP um ano após o caso. Atualmente, outras 28 mulheres apresentaram denúncia coletiva contra médicos por violência obstétrica no Distrito Federal. O obstetra foi citado em 15 casos, e um relatório de 11 páginas foi entregue ao ministério.
Relatos das vítimas e acompanhantes reclamam do atendimento do obstetra no pré-natal, parto e pós-parto. As denúncias incluem sequelas para os bebês como: paralisia cerebral, convulsões, desconforto respiratório. E sequelas para as mães como: hemorragias, edemas e infecções.
Alguns exemplos de violência obstétrica. (Foto:Reprodução/ Senado Federal/ Facebook)
Algumas das outras reclamações incluem:
- Diagnósticos inadequados ou negligenciados,
- Falta de contato com o obstetra durante o trabalho de parto,
- Ausência de visitas e consultas pós-parto,
- Realização de procedimentos sem autorização da parturiente,
- Recusa a pedidos da gestante sobre o próprio parto,
O médico segue sendo investigado, a direção da Maternidade Brasília, no Sudoeste, onde ele trabalhava, o afastou.
Segundo exemplo de violência obstétrica (Foto:Reprodução/ Migalhas)
Se você for vítima de qualquer violência obstétrica, denuncie e exija seu direto a acompanhante.
Foto Destaque: Obstetra Shakespeare Novaes e Maternidade Brasília são alvo de investigação por violência obstétrica
Reprodução/ Uol.