A partir desta sexta-feira (11), o Chile terá o presidente mais jovem da história e um dos mais novos na atualidade. Gabriel Boric, de 36 anos, venceu as eleições do país em dezembro. Boric vai jurar o cargo em momento de ebulição social no país, rastros da série de protestos no fim de 2019.
Na sua agenda dos primeiros meses de presidência chilena, estão reformas estruturais como a tributária e a da Previdência, a votação de meios que potencializam o Estado de Bem-Estar Social e a coordenação do texto da nova Constituição, que substituirá a Carta atual, ainda da época da ditadura de Pinochet.
Boric acena para apoiadores em Santiago nessa quinta-feira (10) (Foto: Divulgação/AFP)
Entretanto, ainda que Boric já tenha se mostrado focado em pautas como saúde e educação, os maiores desafios do jovem será lidar com a atual crise da economia do país, com alta inflação e esvaziamento de fundos governamentais. Outros dois problemas que já estarão na mesa de Gabriel são a pressão migratória no norte do país, dividindo chilenos, e o aumento do choque de indígenas mapuches com o governo por disputas de terras.
Um dos principais destaques do novo governo do Chile, até agora, é seu viés feminista. 24 dos ministros já anunciados, 14 são mulheres. Monarcas e presidentes de outros países foram ao Chile para acompanhar a posse de Boric, que irá substituir o conservador Sebastián Piñera. No fim do ano de 2021, Piñera chegou a sofrer processo de impeachment por suspeita de corrupção, porém, foi rejeitado depois pelo Senado chileno. A mudança de comando será no Congresso, localizado no porto de Valparaíso, a 150 quilômetros de Santiago.
Claudia Heiss, chefe de carreira de Ciência Política na Universidade do Chile, afirma: “Este é um governo que chega ao poder em clima político muito fragmentado...portanto, não tem a possibilidade de fazer reformas muito radicais no curto prazo."
Foto destaque: Gabriel Boric e sua chefe de campanha Izkia Siches . Reprodução/MARTIN BERNETTI/AFP