A Alemanha aprovou na última quarta-feira (25) o envio de tanques de guerra do modelo Leopard 2 para a Ucrânia. Ainda não foi divulgada a data para a chegada da remessa, mas é estimado que o veículo blindado possa ser um diferencial de grande ajudada para Kiev na conquista de territórios dominados pela Rússia.
Soldados em batalha (Foto: Reprodução/Wikipédia)
Como funciona o modelo Leopard 2?
- O Leopard 2 é considerado “o principal tanque de batalha do mundo”, pesa 55 toneladas e atinge 68 km/h;
- Para utilizar o modelo precisa de treinamento, o que pode prejudicar os soldados ucranianos a curto prazo;
- O novo modelo deve substituir tanques da época soviética que vinham sendo utilizados pela Ucrânia;
- O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede 300 tanques de guerra. Alemanha ainda não anunciou a quantidade de veículos que enviará ao país.
O fabricante alemão do Leopard 2, Krauss-Maffei Wegmann, apresenta o veículo como “o principal tanque de batalha do mundo”, que por quase meio século, combinou a proteção, o poder de fogo, velocidade e manobrabilidade em seus aspectos, tornando-se adaptável a diversos tipos de situações.
O tanque conforta quatro pessoas, possui alcance de 500 quilômetros e velocidade máxima de 68 km/h. Sua arma principal é um canhão de cano liso de 120 mm, com controle de tiro totalmente digital.
Dificuldades que os soldados ucranianos podem enfrentar
Os Leopards são modelos modernos. O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos estima que os ucranianos necessitam de três a seis semanas de treinamento para dominarem a proficiência básica.
Ralf Raths, diretor do Panzer Museum, na Alemanha, explica que as tripulações de tanques da Ucrânia provavelmente aprenderão a usar o Leopard 2 rapidamente. O tempo de treinamento poderia ser encurtado para se focar no conhecimento essencial.
“É preciso mesmo explorar 100% do potencial ou basta utilizar 80% na metade do tempo? Os ucranianos certamente votarão na opção B”, afirma.
O que isso pode mudar na guerra?
Para Yohann Michel, analista de pesquisa para assuntos militares e de defesa no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, esses tanques podem permitir que a Ucrânia parta para a ofensiva no conflito de quase um ano.
“Neste tipo de conflito, simplesmente não é possível realizar ofensivas em larga escala sem toda a variedade de equipamentos blindados de combate e veículos blindados, e os tanques fazem parte disso”, disse.
“Além dos tanques principais de batalha, ou MBTs, como o Leopard 2, outros incluem veículos de combate de infantaria e veículos blindados”, conclui.
As entregas dos novos tanques podem ajudar a equipar a Ucrânia com munições de alto calibre, necessárias para substituir seus estoques da era soviética, possibilitando a abertura de um novo caminho para fornecimento de poder de fogo ocidental.
Niklas Masuhr, pesquisador do Centro de Estudos de Segurança da Universidade politécnica federal da Suíça ETHZ, alertou que a implantação de Leopards ao campo de batalha por si só não seria “uma virada de jogo”.
“Você não pode simplesmente implantar um monte de tanques de batalha principais e presumir que eles vencerão. Eles são muito valiosos, mas você ainda precisa usá-los da maneira correta e integrá-los a todas as outras ferramentas militares que você tem à sua disposição”, disse.
Analistas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos afirmam que para os tanques terem algum efeito significativo nos combates, seriam necessários cerca de 100 Leopards 2.
Foto destaque: Leopard 2. Reprodução/DW