Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11) mostra a grande desigualdade social e econômica ainda existente dos negros e pardos em relação aos brancos. Os dados do estudo "Desigualdades por cor ou raça no Brasil" afirmam que a pobreza chega ao dobro nessa proporção: “As populações preta e parda representam 9,1% e 47% da população brasileira, respectivamente. Mas, nos indicadores que refletem melhores níveis de condições de vida, a participação dessas populações é mais baixa”, diz o analista do IBGE João Hallak. Em 2021, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre brancos e 38,4% entre os negros, ou seja, quase o dobro.
Os dados também mostram que apesar de mais da metade dos trabalhadores do país serem pretos e pardos em 2021, apenas 29,5% desses grupos ocupavam cargos de gerência, enquanto os brancos ocupavam 69% deles. Esse cenário é resultado do racismo ainda presente no Brasil, sendo fácil observá-lo ao perceber quais espaços sociais são ocupados negros.
Infográfico sobre desigualdade. (Foto: Reprodução/BGE)
Mesmo entre os que possuem curso superior, os brancos recebiam 50% a mais que os pretos. Sendo respectivamente o rendimento médio de dezenove reais a hora e dez reais a hora. “Em 2021, havia 8,4% da população na extrema pobreza. O percentual da população branca estava abaixo dessa média. Já as populações preta e parda tinham proporções acima da média e dos brancos”, diz o analista André Simões no IBGE.
Por causa dessa diferença no mercado de trabalho, essa desigualdade também se estende em relação à condição de moradia e patrimônio. Sendo o valor hipotético de aluguel de novecentos e noventa e oito para brancos e quinhentos e setenta e um para pessoas negras. “Os domicílios das populações preta e parda têm menos acesso a saneamento e menor número de cômodos, então isso reflete em um valor menor desses domicílios”, explica o analista Bruno Perez no IBGE.
Foto de Capa: Desigualdade no Brasil. (Imagem: Gazeta do povo/Arquivo)