Durante a transmissão de seu programa semanal nesta segunda-feira (2), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o Natal deste ano no país será antecipado para o dia 1° de outubro. A notícia foi vista localmente como uma tentativa de distrair a população das tensões após o resultado das eleições presidenciais, nas quais o ditador foi declarado reeleito, sem a divulgação das atas de votação, o que levanta dúvidas sobre a legitimidade de sua vitória.
No programa, o líder chavista afirmou que "setembro já cheira a Natal" e, por isso, em homenagem e agradecimento ao povo venezuelano, decretou que o feriado começaria em outubro. "Chegou o Natal com paz, felicidade e segurança", concluiu Maduro.
Anúncio da nova data do Natal deste ano na Venezuela (Vídeo: reprodução/Facebook/Nicolás Maduro)
Festividade já foi antecipada outras vezes
Ao longo dos mandatos de Nicolás Maduro, o Natal já sofreu alterações nas datas de comemoração. A primeira vez foi em 2013, quando ele adiantou o feriado para o dia 1° de novembro para "derrotar a amargura", segundo o próprio presidente.
Em 2020, durante os graves problemas causados pela pandemia, o feriado começou a partir do dia 15 de outubro, quando o chavista liberou recursos para a compra de brinquedos. Já no ano seguinte, Maduro anunciou a antecipação com um vídeo do Palácio de Miraflores, todo decorado com enfeites de Natal, publicado no dia 4 de outubro em suas redes sociais.
Prisão de Edmundo González
No mesmo dia em que Maduro anunciou a antecipação do Natal deste ano, a Justiça da Venezuela ordenou a prisão do candidato presidencial Edmundo González, a pedido do Ministério Público, após González ter ignorado três intimações para prestar depoimento. O opositor deve responder pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência das leis, sabotagem e associação criminosa.
Quando a vitória de Maduro foi anunciada sem a apresentação das atas, a oposição criou uma página na web onde foram divulgados 80% dos documentos emitidos pelas urnas, os quais indicavam a vitória de Edmundo González. Entretanto, tal ato foi considerado um crime pelas autoridades aliadas ao governo de Maduro.
Foto destaque: Nicolás Maduro (Reprodução/Facebook/Nicolás Maduro)