A mulher trans Beatriz Sttefany Vilella, 18, vítima de um ataque com fogo neste sábado (10), acredita que a motivação do crime é a transfobia. A agressão ocorreu enquanto ela e a amiga Gabrielly Vitoria, também trans, que trabalham como garotas de programa, aguardavam por clientes na Avenida Brasil, próximas ao motel Top Kap.
Beatriz Sttefany Vilella e Gabrielly Vitoria em entrevista ao G1. (Foto: Reprodução/TV Globo)
No vídeo que viralizou nas redes sociais, gravado pelo motorista do HB20 preto, um dos agressores, é possível ver o momento em que o homem que está no banco do carona improvisa um lança chamas com isqueiro e desodorante spray. Nas imagens, logo após as chamas atingirem as tranças de Beatriz, o rosto do agressor aparece e, junto com os outros passageiros, debocha e faz piada com a situação.
Em entrevista ao portal de notícias G1, a jovem, que não sofreu nenhuma lesão grave, explicou que, antes da violência, eles passaram e proferiram xingamentos e ofensas contra elas. Inclusive, uma das falas pejorativas dos transgressores era que deixassem ser “viados”. “Ele foi muito preconceituoso dizendo que a gente é homem, ficou chamando a gente pra jogar futebol com eles, mandou a gente voltar a ser homem”, completou Beatriz.
Além disso, também ao G1, a mulher disse que, no dia seguinte, os rapazes retornaram ao local e tentaram suborná-las para que o caso fosse esquecido. “Pediu que eu entrasse dentro do carro e ofereceu dinheiro para a gente ficar quieta, não falar nada nem sair na reportagem falando isso tudo”, contou.
O boletim de ocorrência (B.O) foi registrado na 36ª Delegacia de Polícia de Santa Cruz. As acusações são de injúria e lesão corporal. O caso está sob investigação da polícia. A gravação é analisada para que o responsável por atear fogo nas mulheres possa ser identificado e punido.
Foto de destaque: Beatriz Steffani Vilella, mulher trans vítima do ataque na Avenida Brasil. Reprodução/TV Globo.