Hebe de Bonafini morreu neste domingo (20) aos 93 anos na Argentina.
Hebe foi a líder da Associação Mães da Praça de Maio, um movimento de mãos da década de 70 que protestava em busca de respostas sobre os filhos que desapareceram durante o período de ditadura da Argentina. Causa da morte não foi divulgada.
No ano de 1977 seus dois filhos foram sequestrados. Primeiro Jorge Omar em La Plata e depois Raúl Alfredo em Berazategui. No mesmo ano, 14 mães já tinham se reunido na Praça de Maio, em frente a sede do governo, para buscar por respostas sobre os seus filhos.
Em 1978, sua nora María Elena Bugnone Cepeda, esposa de Jorge, também é sequestrada. No mesmo ano o grupo de mães que se reunia toda quinta-feira na Praça de Maio virou uma associação.
Em 1979, Hebe de Bonafini virou a presidente da associação, passando a se tornar um símbolo para a luta a favor da democracia e pelos direitos humanos.
Mesmo depois de 40 anos, a associação ainda não possui respostas para os desaparecimentos dos seus filhos e mantém os encontros as quintas-feiras na Praça de Maio.
Con la partida de Hebe de Bonafini perdimos una luchadora incansable. Reclamando verdad y justicia junto a las Madres y Abuelas, enfrentó a los genocidas cuando el sentido común colectivo iba en otra dirección.
— Alberto Fernández (@alferdez) November 20, 2022
Con enorme cariño y sincero pesar, la despido. Hasta siempre Hebe. pic.twitter.com/MfNoadWa0p
Tweet feito pelo presidente argentino Alberto Fernándes em homenagem a Hebe. Reprodução/twitter
O presidente da Argentina, Alberto Fernándes, decretou luto de três dias. Em suas redes sociais ele postou uma homenagem para a militante: “Com a partida de Hebe de Bonafini perdemos uma lutadora incansável. Exigindo verdade e justiça junto as Mães e Avós, enfrentou os genocidas quando o sentimento coletivo comum foi em outra direção. Com enorme carinho e sincero pesar, eu me despeço. Até sempre Hebe”.
Queridísima Hebe, Madre de Plaza de Mayo, símbolo mundial de la lucha por los Derechos Humanos, orgullo de la Argentina. Dios te llamó el día de la Soberanía Nacional… no debe ser casualidad. Simplemente gracias y hasta siempre. pic.twitter.com/TVUfmywmAi
— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) November 20, 2022
Tweet feito pela vice-presidente Cristina Kirchner em homenagem a Hebe. Reprodução/twitter
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez outra postagem em suas redes socais sobre Hebe, ela escreveu: “Queridíssima Hebe, Mãe da Praça de maio, símbolo mundial da luta pelos direitos humanos, orgulho da Argentina. Deus te chamou no dia da soberania nacional... Não deve ser consciência. Simplesmente Obrigada e até sempre”.
Recebi com tristeza a notícia da morte de Hebe de Bonafini, liderança das Mães da Plaza de Mayo, na Argentina. Hebe dedicou sua vida à luta por memória e justiça. Defensora dos direitos humanos, ajudou a criar um dos mais importantes movimentos democráticos da América Latina. pic.twitter.com/SodkulCYQH
— Lula (@LulaOficial) November 20, 2022
O presidente eleito Lula também foi as redes sociais lamentar a morte de Hebe. Na sua postagem, Lula cita Hebe como um exemplo para os que acreditam em um mundo mais diplomático.
Foto em destaque: Hebe de Bonafini em protesto na Argentina pelos direitos humanos. Eduardo Di Baia/AP, File.