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Morre Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio

Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, morreu na Argentina neste domingo (20). Hebe e outras mães protestam há mais de 40 anos a procura de respostas pelos desaparecimentos de seus filhos durante a ditadura militar na Argentina.

20 Nov 2022 - 21h10 | Atualizado em 20 Nov 2022 - 21h10
Morre Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio  Lorena Bueri

Hebe de Bonafini morreu neste domingo (20) aos 93 anos na Argentina.

Hebe foi a líder da Associação Mães da Praça de Maio, um movimento de mãos da década de 70 que protestava em busca de respostas sobre os filhos que desapareceram durante o período de ditadura da Argentina. Causa da morte não foi divulgada.

No ano de 1977 seus dois filhos foram sequestrados. Primeiro Jorge Omar em La Plata e depois Raúl Alfredo em Berazategui. No mesmo ano, 14 mães já tinham se reunido na Praça de Maio, em frente a sede do governo, para buscar por respostas sobre os seus filhos.

Em 1978, sua nora María Elena Bugnone Cepeda, esposa de Jorge, também é sequestrada. No mesmo ano o grupo de mães que se reunia toda quinta-feira na Praça de Maio virou uma associação.

Em 1979, Hebe de Bonafini virou a presidente da associação, passando a se tornar um símbolo para a luta a favor da democracia e pelos direitos humanos.

Mesmo depois de 40 anos, a associação ainda não possui respostas para os desaparecimentos dos seus filhos e mantém os encontros as quintas-feiras na Praça de Maio.


Tweet feito pelo presidente argentino Alberto Fernándes em homenagem a Hebe. Reprodução/twitter


O presidente da Argentina, Alberto Fernándes, decretou luto de três dias. Em suas redes sociais ele postou uma homenagem para a militante: “Com a partida de Hebe de Bonafini perdemos uma lutadora incansável. Exigindo verdade e justiça junto as Mães e Avós, enfrentou os genocidas quando o sentimento coletivo comum foi em outra direção. Com enorme carinho e sincero pesar, eu me despeço. Até sempre Hebe”.


Tweet feito pela vice-presidente Cristina Kirchner em homenagem a Hebe. Reprodução/twitter


A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez outra postagem em suas redes socais sobre Hebe, ela escreveu: “Queridíssima Hebe, Mãe da Praça de maio, símbolo mundial da luta pelos direitos humanos, orgulho da Argentina. Deus te chamou no dia da soberania nacional... Não deve ser consciência. Simplesmente Obrigada e até sempre”.



O presidente eleito Lula também foi as redes sociais lamentar a morte de Hebe. Na sua postagem, Lula cita Hebe como um exemplo para os que acreditam em um mundo mais diplomático.

 

Foto em destaque: Hebe de Bonafini em protesto na Argentina pelos direitos humanos. Eduardo Di Baia/AP, File. 

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