Nesta quarta-feira (04), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Banco Central (BC) informe os valores recebidos nos últimos 30 dias e os remetentes do Pix da deputada federal Carla Zambelli.
Esse pedido foi feito em um novo inquérito aberto contra a parlamentar. Após sair a decisão da sua sentença, em maio, a deputada iniciou uma campanha de arrecadação que segundo ela serviria para pagar as multas decorrentes da sua condenação.
Além da prisão decretada, foi imposto que Zambelli pagasse uma indenização no valor de R$ 2 milhões. O julgamento condenou também o hacker Walter Delgatti Neto, ambos participaram da invasão no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e irão pagar juntos o valor da multa.
Ordem de prisão preventiva
Após dois dias do início da "vaquinha", Zambelli afirmou já ter recebido R$ 285 mil de apoiadores. Em uma publicação nas redes sociais, ela declarou que as multas eram “injustas e completamente desproporcionais” e que está sendo alvo de uma perseguição.
Na última terça-feira (03), a deputada anunciou ao jornal CNN que havia deixado o Brasil e que pretendia morar na Itália, país do qual possui cidadania. Além disso, afirmou que está nos Estados Unidos e que pediu licença de seu mandato parlamentar. Mesmo fora do território nacional, Zambelli continua divulgando a campanha de arrecadação nas redes sociais.
O ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva da deputada nesta quarta-feira (04), atendendo a uma solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para o ministro, a saída da parlamentar do Brasil, apenas 20 dias após sua condenação, mostra que ela estaria tentando fugir da aplicação da lei penal.
Implicações da saída de Carla Zambelli do país no podcast “Café da Manhã” (Áudio: reprodução/Spotify/Café da Manhã)
Novo inquérito de investigação
Além da prisão preventiva decretada, Moraes publicou também um documento em que determina a abertura de um inquérito contra Zambelli. A apuração avaliará uma possível “prática dos crimes de coação no curso do processo [...] e obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.
O julgamento do STF determinou uma sentença de dez anos em regime fechado para a parlamentar, já para Delgatti Neto, oito anos e três meses. Durante o processo, o hacker confessou a inserção de documentos falsos no sistema do CNJ, tendo colocado até mesmo uma ordem de prisão contra Moraes, além disso, afirmou ter sido contratado pela deputada entre 2022 e 2023 para adulterar as informações no sistema do judiciário.
Foto Destaque: deputada Carla Zambelli (Reprodução/Mário Agra/Câmara dos Deputados)