O Ministro do STF, Alexandre de Moraes, prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura a existência de milícias digitais. Na decisão, Moraes levou em consideração a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento.
"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art.10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (6 de julho de 2022), o presente inquérito", disse.
Desenho representando a disseminação das Fake News (Foto/Reprodução/OutrasPalavras)
Na decisão que o fez abrir o inquérito, Moraes afirmou que as investigações “apontaram fortes indícios da existência de uma organização criminosa voltada a promover diversas condutas para desestabilizar e, por que não, destruir os Poderes Legislativo e Judiciário a partir de uma insana lógica de prevalência absoluta de um único poder nas decisões do Estado”.
O inquérito foi instaurado a partir de indícios e provas da existência de uma organização criminosa digital, que se move em núcleos políticos, de produção, de publicidade e financiamento, com finalidade de destruir a democracia. O inquérito tem como alvo diversas pessoas públicas que, por meio das redes sociais, se organizam para atacar as instituições democráticas. O maior alvo é o blogueiro ligado ao pesidente Jair Messias Bolsonaro (PL), Allan dos Santos.
Outros apoiadores também são alvos de investigações da Polícia Federal, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB). Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal passou a investigar a relação do presidente Jair Messias Bolsonaro com ligação as milícias digitais, onde pessoas ligadas a ele são investigadas.
“Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado 'gabinete do ódio': um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os 'espantalhos' escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação [...], especialmente as redes sociais”, escreveu a Polícia Federal.
Foto Destaque : Alexandre Moraes. Reprodução/G1.