Por conta da condição de saúde ainda frágil que inspira cuidados, o Papa Francisco não presidirá a tradicional missa da quarta-feira de cinzas. A informação foi publicada pelo website de notícias da CNN Brasil após divulgação feita pelo Vaticano nesta sexta-feira (28).
Há duas semanas, internado no Hospital Gemelli, em Roma, devido a uma infecção nos dois pulmões e agravada por um broncoespasmo e um episódio de broncoaspiração, após episódio de vômitos na tarde de sexta, Francisco apresenta um caso complexo, como admitido por autoridades do Vaticano. Por esse motivo foi necessário deixar o Papa, de 88 anos, ausente da missa pós-carnaval para repousar.
O Vaticano não informou por quanto tempo ele ainda permanecerá hospitalizado, nem disse o nome de quem rezará a missa no lugar do pontífice; apenas confirmou que o Papa não fará a cerimônia e que já escolheu o substituto para celebração.
Quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma
A quarta-feira de cinzas é o dia que dá início ao período cristão de 40 dias consecutivos de duração, conhecido como “Quaresma”, que sempre começa logo após o carnaval. Conforme a cultura religiosa do Cristianismo, a Quaresma vai culminar com o domingo de Páscoa, que marca a ressurreição de Cristo, a mais importante celebração católica depois do Natal de Jesus em dezembro. Segundo a tradição católica, o tempo da Quaresma alude aos 40 dias em que Jesus ficou em jejum em pleno deserto, onde acredita que ele enfrentou dificuldades e até tentações.
De acordo com a matéria da CNN, as últimas atualizações do quadro clínico indicam que Francisco segue com infecção nos dois pulmões e sem prognóstico. “Talvez possamos dizer que ele passou da fase mais crítica”, pontuou o funcionário.
Ainda segundo informações apuradas pela CNN, o cardeal Michael Czerny, chefe do escritório de desenvolvimento do Vaticano, disse ao jornal italiano La Stampa que Francisco apresentou alguma melhora gradativa, porém mais lenta do que todos gostariam que fosse.
Papa mantém o trabalho, embora restrito
Apesar da internação e um quadro de saúde complexo, Francisco não parou de trabalhar. Tarefas burocráticas como nomeação de funcionários e aprovação, por exemplo, são algumas das atividades laborais que ele realiza diariamente. No posto de Papa desde 2013, ele é conhecido por trabalhar até a exaustão.
Uma visão geral do Hospital Agostino Gemelli, em Roma, onde o Papa Francisco está internado desde o dia 14 de fevereiro de 2025 (Foto: reprodução/Filipo Monteforte/AFP/estadão)
O Vaticano divulgou aos participantes de um curso de treinamento da Igreja, na capital italiana, uma carta redigida por ele e acompanhada de uma nota cuja procedência era o Hospital Gemelli - local onde o pontífice encontra-se internado.
Entenda a doença do Papa
Há duas semanas, o Papa Francisco vem travando uma dura batalha contra uma “pneumonia bilateral”, como dizem os médicos. A pneumonia é uma infecção que acomete os pulmões, prejudicando severamente a capacidade respiratória do paciente. Quando compromete os dois pulmões, diz-se então que é uma pneumonia bilateral.
Já a causa pode variar. Há infecções provocadas pela presença de vírus, de bactérias, de fungos, ou de microbactérias e parasitas no órgão respiratório. Além dessas causas, a doença também pode ser provocada por reações alérgicas. Segundo a descrição dada pelo Vaticano, a causa para o tipo de infecção instaurada nos pulmões de Francisco é a presença de dois ou mais desses micro-organismos. Por isso, o quadro dele foi classificado como complexo.
Na posição atual de pontífice na linha sucessória da liderança mundial da Igreja de Cristo desde 2013, posto que já foi ocupado pelo apóstolo Pedro – discípulo direto de Jesus, conforme consta nas escrituras sagradas do Cristianismo, sabe-se que Francisco tem uma propensão a adquirir infecções pulmonares. Na juventude, ele desenvolveu pleurisia (ou pleurite), que é a inflamação da pleura, membrana que cobre os pulmões. Por conta disso, parte de um de seus pulmões foi removido. Nos últimos anos, Francisco também esteve internado para tratar pneumonia e outros problemas de saúde.
Foto destaque: Papa Francisco (Reprodução/Alberto Pizzoli/AFP/theguardian)
