A minuta de decreto localizada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, na última terça-feira (10), prevendo a decretação de Estado e Defesa no TSE para alterar o resultado das eleições presidenciais, é a primeira prova de que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejou um golpe de estado.
Bolsonaro e Anderson Torres (Foto: Reprodução/Sputnik Brasil)
A avaliação foi feita pela equipe do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com investigadores da Polícia Federal.
Segundo a investigação, o documento complica a situação do ex-ministro da Justiça e de Jair Bolsonaro e ambos terão que justificar o objetivo do decreto. A PF avalia que as explicações do ex-ministro da Justiça não convencem.
Torres disse que o decreto foi uma ideia descartada, que seria triturado, mas os investigadores lembram que ele precisa informar quem foi o dono da proposta.
A cúpula do Palácio do Planalto formou a convicção de que Bolsonaro não se limitou a ameaças, mas planejava um golpe no país.
Flávia Dino, advogado político, vê a situação como “Um elo da corrente golpista”
“É gravíssimo e é a materialidade que mostra o real objetivo dos eventos do dia 8 de janeiro”, disse o Advogado Geral da União, Jorge Messias.
Apesar de Torres negar em suas redes sociais que era intenção do governo baixar o decreto, as declarações feitas por Jair Bolsonaro no passado, corroboram que esse era o objetivo desde o principio, já que o ex-presidente dizia que a eleição de Lula não era legítima.
Do outro lado, a Polícia Federal alega já ter provas contra financiadores e organizadores dos atos golpistas ocorridos no último domingo e vai indiciá-los. O governo de Lula tem pressa nas investigações para que todos os processos cheguem o mais rápido possível ao plenário do STF e os golpistas sejam condenados, impedindo novos ataques aos Três Poderes nacionais.
Foto destaque: Jair Bolsonaro. Reprodução/ Yahoo Notícias