O ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano. Nesta quinta-feira (20), Ribeiro usou suas redes sociais para divulgar que a prova acontecerá nos dias 13 e 20 de novembro de 2022. Além disso, uma portaria com a previsão do cronograma de aplicação da prova será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (21).
Atual representante da educação no governo Bolsonaro, Milton publicou o seguinte trecho em sua conta no Twitter:
“A publicação deste cronograma demostra o fortalecimento da governança da autarquia. A atual gestão do Inep busca maior efetividade dos processos de avaliação com transparência e em plena sinergia com MEC”.
Divulgação da data correta do ENEM. (Foto: Reprodução/Twitter).
Apesar disso, o Ministério da Educação (MEC) tem protagonizado diversas polêmicas nos últimos anos, como a falta de comprometimento com uma educação inclusiva. No ano passado, o ministro Ribeiro afirmou que “a inclusão de alunos com deficiência atrapalha o aprendizado de outras crianças sem a mesma condição” ao longo de um debate sobre o decreto do presidente Jair Bolsonaro que realoca crianças com deficiência para classes especiais.
Na ocasião, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, deputada Rejane Dias (PT-PI), demonstrou-se contra a formulação e ressaltou o caráter exclusivista da medida:
"Nós dissemos que agora é preciso ações concretas. O aluno com deficiência primeiramente tem que ser incluído em uma sala regular. As escolas especializadas são uma exceção à regra”, pontuou Rejane.
Para ela, é necessário que a criança com deficiência se desenvolva no mesmo ambiente dos demais alunos e que seja trabalhado o respeito e a solidariedade.
Outra polêmica promovida pelo MEC é a reforma no ensino médio. De acordo com o G1, escolas públicas e particulares terão de reservar parte da carga horária (em média, 40% dela) para aulas de aprofundamento em áreas de conhecimento escolhidas pelos alunos.
Alunos do Ensino Médio durante aula em contexto pandêmico. (Foto: Reprodução/Fabiane de Paula/Diário do Nordeste)
Seguido disso, o Conselho Nacional de Educação (CNE) também está desenvolvendo uma reforma no ENEM esperada para 2024. Seguem informações do G1:
REFORMA DO ENEM EM 2024: Por enquanto, o plano é que a avaliação passe a ter questões discursivas e de múltipla escolha, distribuídas da seguinte forma:
1ª etapa: redação + perguntas de formação geral (sem divisão por disciplina, cobrando habilidades mais interpretativas do que conteudistas);
2ª etapa: perguntas focadas na área de conhecimento escolhida pelo estudante (ciências humanas, ciências da natureza, linguagens ou matemática), também sem enfoque conteudista, segundo habilidades e competências desenvolvidas.
Levando em consideração que o exame permanece como instrumento classificatório para entrar no ensino superior, a ação repercutiu de modo negativo em alguns setores, que acreditam no aumento da desigualdade. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor de Angelo, questionou a medida:
"Cada rede tem uma limitação de espaço, recursos e professores. Um aluno que quisesse prestar biologia na faculdade, por exemplo, mas que só pôde escolher o itinerário de matemática na escola, ficaria como? Teria de responder a perguntas detalhadas de biologia na prova, mesmo sem ter focado nisso no colégio?", indaga de Angelo.
A proposta segue em discussão e será votada no plenário do CNE na terça-feira (25).
Foto Destaque: ENEM 2022. Reprodução/SISU 2022.