A Terra Indígena Yanomami receberá nos próximos dias cerca de 20 mil doses bivalentes contra a covid-19. O Ministério da Saúde decidiu antecipar a imunização deste grupo, antes prevista para começar em 27 de fevereiro. De acordo com a pasta, a mudança de data ocorre devido à “grave crise sanitária e humanitária encontrada no território”.
“Como são as mesmas pessoas que [atendem a região de forma emergencial e] aplicam a vacina, é mais lógico que inicie com esse público de mais difícil acesso”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Maciel ainda informou que a secretaria autorizou o início da vacinação indígena já em 8 de fevereiro.”Pode ser que a vacina não tenha chegado em alguma unidade, mas já estão autorizados a começar a vacinar.”
A ação para imunizar a Terra Indígena será uma operação conjunta entre a Secretaria de Saúde de Roraima e os profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) que já se encontram na região.
Além das doses contra o coronavírus, o Ministério da Saúde afirma que outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação também serão distribuídas para o povo yanomami.
A Terra Yanomami enfrenta uma crise sanitária devido ao avanço do garimpo ilegal (Foto:Reprodução/Fernando Frazão)
Mais vacinas
Em entrevista, Ethel Maciel ainda comentou sobre a regularização do estoque de imunizantes contra a covid-19.
“A [Pfizer] pediátrica e a [Pfizer] baby já enviamos para os estados e municípios, o estoque está regularizado. Uma criança de seis meses em diante já tem vacina no posto para tomar", afirmou. "Como vamos fazer uma campanha, esperamos que a demanda aumente muito”.
Sobre a expectativa de melhorar a cobertura vacinal no país, a secretária informou que o aumento na adesão da vacinação faz parte de um plano de quatro anos, envolvendo também o combate à desinformação.
Foto Destaque: Indígenas yanomami. Reprodução/Fernando Frazão