Com o pedido de quebra de sigilo, Michelle Bolsonaro decide contratar um advogado e declara sentir-se 'absolutamente tranquila' em relação à situação. Essa escolha pode ser vista como uma medida para proteger seus interesses e garantir a preservação de seus direitos. Ela está sob suspeita de supostamente vender ilegalmente presentes oficiais recebidos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O advogado foi escolhido após a Polícia Federal solicitar a quebra de sigilo das contas bancárias de Michelle e Jair Bolsonaro. O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, está encarregado de ouvir a Procuradoria Geral (PGR) e tomar uma decisão sobre o pedido.
Nesta Segunda-feira (14), foi revelado que a PF já identificou elementos suficientes para implicar a ex-primeira-dama no caso das joias vendidas ilegalmente. Michelle será convocada para depor, embora não seja de imediato, pois os elementos já identificados permitem dar seguimento ao processo de investigação sem a necessidade de depoimento imediato.
O pedido de quebra de sigilo de Michelle Bolsonaro está sendo investigado por Alexandre de Moraes. Vídeo: Reprodução / YouTube / UOL.
O Caso
A investigação iniciada pela Polícia Federal levanta a suspeita de que Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle, realizaram negociações ilegais de joias e presentes concedidos enquanto o ex-presidente estava no cargo. Até o sábado (12), foram identificados quatro "conjuntos de bens" que foram leiloados ou vendidos diretamente nos Estados Unidos. Três desses conjuntos foram colocados à venda. A PF está investigando a possibilidade de outros presentes oficiais terem sido vendidos ilegalmente, e a transação pode envolver mais de 1 milhão de reais.
Dois itens foram recuperados em uma operação de resgate, de acordo com a PF. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os objetos fossem confiscados e mantidos sob custódia da Caixa Econômica Federal, antes de saber que eles foram vendidos para estrangeiros.
Investigação
Além de Michelle e Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef também estão sob suspeita da PF. A investigação examina se houve utilização de estruturas do governo para desviar as joias para fora do país durante missões oficiais do ex-presidente. A apuração sugere que o valor obtido pelos suspeitos foi convertido em dinheiro e incorporado ao patrimônio pessoal de cada membro do grupo.
As joias e outros itens deveriam estar no acervo da União, pois o Tribunal de Contas da União determina que presentes entregues internacionalmente são propriedade pública e não devem ser de posse pessoal.
Ex-primeira-dama Michelle e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Foto:Divulgação/Palácio do Planalto
Na última sexta-feira, Michelle Bolsonaro se viu envolvida em um incidente em um restaurante, quando foi abordada por outras mulheres que a questionaram sobre o caso em questão. Agustin Fernandez, um amigo e maquiador da ex-primeira-dama, reagiu de forma agressiva, dirigindo xingamentos, chegando ao ponto de atirar um copo de gelo nelas. Esse comportamento chocou muitos presentes no local, intensificando ainda mais a confusão que já estava acontecendo. Até o momento, Michelle não emitiu uma declaração oficial tanto sobre o incidente ocorrido no restaurante quanto sobre as alegações de desvio das joias.
Foto destaque: Michelle Bolsonaro. Reprodução/paraibanoticia.com