A Polícia Federal (PF) encontrou mensagens no telefone do tenente Mauro Cesar Cid, braço direito de Bolsonaro, que indicam que o ex-presidente sabia do esquema de venda de jóias dadas ao governo brasileiro. Os itens são propriedades públicas e não poderiam ser comercializados.
Por ordem da Justiça, celulares foram apreendidos e sigilos das contas bancárias foram quebrados, entre eles, os de Michele e Jair Bolsonaro. Mauro Cid está preso desde maio deste ano, e as jóias envolvidas no esquema estão avaliadas em R$ 4,15 milhões.
As investigações
Uma fonte dentro da Polícia Federal informou ao programa "Fantástico" que o ex-presidente sabia que Mauro Cid queria vender os itens e depois efetuar um resgate, mas o caso e as joias seguem em investigação.
A análise das peças acontece dentro do Instituto Nacional de Criminalística, no complexo da Polícia Federal, em Brasília. As análises são feitas em quatro laboratórios da perícia.
Jair Bolsonaro e ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Cid. (Foto: reprodução/Adriano Machado/Reuters)
Em um colar dado de presente ao governo brasileiro, os peritos encontraram mais de três mil diamantes. Apenas a jóia feminina tem o valor estimado em torno de R$ 4,15 milhões.
Mauro Cid é investigado desde 2021, quando a Justiça decretou a quebra de seu sigilo telemático no inquérito das milícias digitais. De acordo com a PF, Cid deletava mensagens suspeitas, mas mantinha as evidências em um backup.
Osmar Crivelatti, ex-assessor de Bolsonaro, também participava do esquema. Há também indícios que Frederick Wassef, advogado de Jair, teria atuado na recompra das joias para serem resgatadas ao patrimônio público após a decisão do Tribunal de Contas União (TCU).
Atualizações sobre o caso
Há também supostas atualizações sobre o caso envolvendo Walter Delgatti, hacker que vazou mensagens de conversas entre o ex-juíz e agora senador Sérgio Moro (União-PR) e o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol sobre a operação Lava Jato. Ele declarou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que o ex-presidente Bolsonaro pediu que ele assumisse os grampos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Até o momento, apenas Mauro Cesar Cid confessou o crime, de acordo com entrevistas pelo novo advogado de defesa, Cezar Bittencourt.
Foto destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/Getty images/Mauro Pimentel/AFP