Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Nicolás Maduro, manifestantes saíram às ruas da Venezuela em protesto em diversos pontos da cidade. Nesta segunda-feira (29), estátuas de Hugo Chávez, antecessor de Nicolás Maduro, foram derrubadas em um ato de protesto contra a reeleição do atual presidente. Maduro prepara-se para seu terceiro mandato, no qual permanecerá por mais seis anos.
Estátua de Hugo Chaves e importância histórica
A desconfiança no processo eleitoral fez com que diversos manifestantes tomassem as ruas em várias cidades venezuelanas. Uma estátua do ex-presidente Chávez foi derrubada na cidade de Coro, em Falcón, uma cidade litorânea da Venezuela. Manifestantes comemoravam enquanto o monumento vinha ao chão. Em outro momento, partes da estátua foi filmada sendo arrastada pelas ruas por um homem em uma moto.
Hugo Chávez foi presidente da Venezuela entre 1999 e sua morte em 2013, dando lugar ao seu vice, Nicolás Maduro, que deu continuidade ao modelo “chavista”. Maduro, em falas na TV, disse que “foram atacar o comandante Chávez, o melhor presidente que a Venezuela teve em 150 anos.” O presidente falava enquanto imagens da queda das estátuas eram exibidas.
Os manifestantes, na maioria jovens, gritavam pelas ruas ao som de um panelaço “que ele entregue o poder agora!” enquanto pôsteres de Maduro eram queimados. Os protestos foram especialmente intensos em Caracas, onde comerciantes fecharam seus negócios e a polícia e a Guarda Nacional acompanharam de perto as manifestações.
Manifestantes contra Maduro derrubam estátua de Chávez (Video: Reprodução/Youtube/Itatiaia)
Resultado Controverso e Repercussão
Enquanto enfrenta a desconfiança global, o CNE, órgão similar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, diplomou Nicolás Maduro como legítimo vencedor das eleições venezuelanas com 51% dos votos. O resultado vem sendo fortemente contestado pela oposição, liderada por María Corina Machado em apoio a Edmundo González. Segundo María Corina, após mais de 73% das atas apuradas, não haveria chances de o atual presidente reverter o resultado, mesmo que recebesse 100% dos votos ainda a serem apurados.
O Brasil mantém-se cauteloso. O embaixador Celso Amorim, assessor-chefe de Lula, afirmou que aguardará a divulgação das atas para que o presidente se pronuncie sobre o assunto. Amorim e membros do TSE haviam sido escalados por Lula para observar as eleições na Venezuela; no entanto, após os ataques de Maduro ao modelo de verificação brasileiro, o presidente do Brasil optou por não enviar representantes.
Foto destaque: estátua de Hugo Chávez em Caracas (Reprodução/MiguelZambrano/AFP/Getty Images Embed)
