Morreram 33 golfinhos da espécie toninha no período entre 30 de setembro e 15 de outubro. Os animais foram encontrados nas praias do litoral de São Paulo, e neste ano já foram registrados 183 óbitos de toninha na região, segundo dados do Programa de Monitoramento das Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Esta espécie de golfinho é a que mais ameaçada de extinção no Brasil, e o crescente número de animais mortos preocupa os conservacionistas e pode estar relacionada ao aumento da poluição das águas do mar e à pressão da pesca com rede. As toninhas, na primavera, se aproximam da costa para se reproduzirem, e além disso elas se alimentam de peixes como sardinha, pescadinha e manjuba, peixes que são muito procurados por pescadores com redes. Juntando esses fatores, esses animais, principalmente neste período do ano, acabam tendo um maior número de mortes por se enroscar nas redes de pesca.
Golfinho toninha encontrado morto na praia (Foto: Reprodução/Conexão Planeta)
A toninha é encontrada apenas na América do Sul, e está em estado crítico de perigo para extinção há alguns anos. Em 2020 foram registrados 173 mortes de toninhas, e em 2021, 235 óbitos, já para 2022, espera-se que o número de mortes de golfinhos desta espécie aumente bastante, visto que já se tem um número elevado de mortes para esta época do ano e a primavera mal começou, o que indica que muitas toninhas ainda vão se aproximar da costa brasileira.
Andrea Maranho, coordenadora do Instituto Gremar de resgate de animais marinhos, disse que desde 2016, quando o monitoramento teve início, a morte de toninhas aumentou em 20%, apesar da população da espécie estar em diminuição. Além disso, o número de mortes por redes de pesca subiu de 17% para 45% no mesmo período.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está monitorando a situação das toninhas e diz estar apoiando parceiros que buscam a conservação da espécie.
Foto destaque: Golfinho toninha (Reprodução/Resumo Escolar)