Em meio ao possível caráter inelegível de Jair Bolsonaro, pesquisa mostra que mais da metade dos eleitores de direita estão dispostos a uma liderança não afiliada ao ex-presidente.
Feito pela Zeitgeist Public Affairs, Ideia e Instituto Locomotiva, o estudo intitulado de “Para onde vai a direita” constatou que 54% das pessoas de direita, acreditam que existem figuras, não alinhadas à Bolsonaro, passiveis de representá-las. Em contrapartida, 46% não enxergam o cenário tradicionalista sem a presença do político. Nestes 46%, a faixa minoritária de 18% foram classificadas como “bolsonaristas radicais” pela pesquisa.
O levantamento, que ouviu 1.531 pessoas - sendo 664 eleitores do presidente Lula, 535 eleitores de Bolsonaro, e 332 em oposição à ambos-, ainda explicitou candidatos cotados pelo público para substituir o ex-presidente. Apesar de mais da metade dos entrevistados estarem abertos a políticos distantes do bolsonarismo, a disputa mais acirrada está entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos).
Michele Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. (Foto: Reprodução/Rede Globo).
De acordo com o presidente e fundador do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a pesquisa demonstrou a existência de “uma direita capturada pelo bolsonarismo, que tem visões pouco liberais da economia, como apoiar o governo na queda forçada dos juros”.
Convergências e divergências entre governo Lula e governo Bolsonaro
A pesquisa “Para onde vai a direita” não se limitou somente a compreender o futuro dos conservadores no país, está também buscou encontrar os pontos de embate e concordância entre a esquerda e a direita, principalmente bolsonarista.
Dentre os tópicos levantados, está a intervenção do Estado na economia, que não apresenta grandes distinções. Enquanto 4 em cada 10 eleitores do Bolsonaro acreditam que o governo deve intervir no setor econômico, 6 em cada 10 eleitores do petista possuem o mesmo pensamento.
Já um tópico que demonstrou discordância entre os pólos, se refere ao STF e à democracia. Se por um lado 61% dos lulistas veem a maior instância do poder judiciário como crucial na defesa da democracia. Por outro, a taxa se repete, mas se mostra contrária a Corte, assim acreditando que esta ameaça o governo do povo.
Foto destaque: Jair Bolsonaro. Reprodução/Reuters