Emmanuel Macron, presidente da França, concedeu neste domingo (11) uma entrevista à TV Globo, juntamente com veículos de outros quatro países, África do Sul, China, Estados Unidos e Índia, para falar sobre política internacional, guerras e a Olimpíada de Paris, que findou neste fim de semana.
Ao abrir a entrevista, Macron citou o espírito olímpico de respeitar os adversários ao não os encarar como inimigos mortais, aceitar as regras do jogo e a capacidade de união entre os povos. Segundo o francês, a paz só é construída quando se é discutida pelas partes envolvidas.
Principais pontos da entrevista
Tentativa de cessar-fogo
Macron afirmou que antes do início da Olimpíada de Paris ele se reuniu com as lideranças mundiais que estão envolvidas em conflitos neste momento, como Rússia e Ucrânia e Israel contra os palestinos do Hamas na Faixa de Gaza, para mediar uma paz duradoura, segundo o direito internacional.
É preciso que os esforços continuem sendo feitos, com constância e determinação, afirmou Macron. Ele enfatiza que os jogos olímpicos deixaram como legado que não se deve politizar o que o movimento esportivo decide, nesse caso o Comitê Olímpico Internacional (COI), que julgou necessário proibir que Rússia e Bielorrússia não competissem sob suas bandeiras.
Importância do espírito olímpico
Segundo o presidente da França, o COI contribuiu para que não se perdesse o espírito olímpico ao conceder que atletas de Rússia e Bielorrússia, competissem mesmo sob a bandeira que não era de suas nações, dando importância aos atletas que se preparam por anos para as competições e muitas vezes não estão envolvidos diretamente com os conflitos.
Dentro da Vila Olímpica, os atletas das nações que estão em guerra, segundo Macron, conviveram pacificamente, sem maiores tensões, mostrando a importância do espírito olímpico durante os jogos.
Macron no encerramento da Olimpíada ao lado do presidente do COI Thomas Bach (Foto: reprodução: OLI SCARFF/AFP/Getty Images Embed)
Israel e Palestina
Atletas de Israel e Palestina por muitas vezes estiveram lado a lado durante os jogos olímpicos de Paris e, de acordo com Macron, enviaram uma importante mensagem ao mundo. "Acho que o que esses jogos trazem é a capacidade de participar de uma competição em conjunto, ou seja, aceitar as mesmas regras e respeitar mutualmente como adversários. A paz só pode ser alcançada quando se conversa com seu inimigo. Portanto, é importante respeitá-lo e conhecê-lo".
Eleições na Venezuela
Macron destacou que tem conversado e apoiado o governo brasileiro e suas ações sobre as eleições na Venezuela, que têm gerado desconfiança à comunidade internacional, com graves denúncias de fraudes vindas da oposição, assim como cerceamento de alguns direitos.
Para o presidente francês, a liderança do presidente brasileiro Lula diante da crise no país vizinho é bastante importante para manter a região com certa estabilidade política, destacando sua capacidade de diplomacia.
Estados Unidos e eleições de novembro
Quando foi questionado sobre as eleições nos Estados Unidos, que irão ocorrer em novembro, Macron afirmou que é preciso ter cautela na escolha de um novo líder e que é preciso pensar em diversas questões que podem impactar o mundo, como a mudança climática, o uso da tecnologia e suas implicações, equilíbrio social e principalmente o respeito por outras nações.
Foto Destaque: presidente da França, Emmanuel Macron (Reprodução/ALAIN JOCARD/POOL/AFP/Getty Images Embed)