O presidente Lula discursou na Cúpula do Futuro, evento promovido pela ONU neste domingo (22), na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. O evento reúne diversos líderes mundiais para discutir temas relevantes para o futuro da humanidade nos próximos anos, incluindo as mudanças climáticas que vem afetando várias populações e a natureza em diversas partes do mundo.
Lula discursando na ONU na "Cúpula do Futuro" neste domingo (Foto: reprodução/Agência Brasil)
Discurso incisivo e cobrança por ações
Em seu discurso de 5 minutos (tempo máximo para cada país), Lula comentou sobre a fome no mundo e cobrou ações mais eficazes para atingir as metas de desenvolvimento sustentável da agenda de 2030 da ONU. No que chamou de um potencial “fracasso coletivo”, o presidente comentou com a baixa adesão e poucas ações para a agenda: “No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo".
Para o presidente, os chefes de Estado e de governo têm duas grandes responsabilidades, sendo elas: “não retroceder nas garantias de direitos humanos e abrir caminhos diante de novos riscos e oportunidades". Ele reafirmou que todos os esforços serão “louváveis e significativos" mas que ainda faltava ousadia e ambição dos Estados. As ações citadas seria do “Pacto pelo Futuro”, que foi o grande motivo pela reunião que aconteceu neste domingo e têm como objetivo a reforma do conselho de segurança, reforma do sistema internacional financeiro, fortalecimento de entidades multilaterais, implementação de políticas de igualdade de gênero e contra discriminações e fortalecimento de ações contra as mudanças climáticas. E também cobrou a inclusão de países em fase de desenvolvimento e potências globais ao conselho da ONU, algo que ele prega desde seu primeiro mandato em 2003.
Inclusão de novos países e críticas ao Conselho de Segurança
Ainda sem seu discurso, ele também cobrou a inclusão de países em fase de desenvolvimento e potências globais ao conselho da ONU, algo que ele prega desde seu primeiro mandato em 2003.
No fim de seu discurso, Lula criticou as poucas ações do Conselho de Segurança, que já vem sendo criticado por sua falta de ações e atitudes diante de conflitos que envolvem próprios membros do conselho, como a Ucrânia e a Rússia, e a guerra de Israel (que tem o apoio dos Estados Unidos) e grupos extremistas do Oriente Médio, com de Gaza e o Hezbollah. Lula disse: “A crise da governança global requer transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais."
Compromissos oficiais
Em sua participação na cúpula da ONU, Lula foi acompanhado da primeira-dama Janja da Silva, o presidente do senado Rodrigo Pacheco, o ministro de relações exteriores Mauro Vieira, a ministra do meio ambiente Marina Silva e o assessor especial de Lula, Celso Amorim.
Nos próximos dias, o presidente deverá se encontrar com outras autoridades antes de retornar ao Brasil. Ele terá encontros com o presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, com o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, com o presidente da França Emmanuel Macron e também irá participar de outros eventos promovidos por outros líderes e organizações e também da Abertura da Reunião Ministerial do G20, que será nesta terça-feira (24).
Em seu discurso para a abertura da assembleia, é esperado que Lula cite assuntos como inclusão e combate à fome, negociações para encerrar os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, defesa à democracia e reforma dos órgãos que regulamentam as relações entre países.
Foto destaque: Lula discursando na ONU na "Cúpula do Futuro" neste domingo, dia 22 (reprodução/Angela Weiss/Getty Images Embed)