Denunciados pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), Cleusimar Cardoso, Ademar Cardoso e Bruno Roberto, mãe, irmão e ex-noivo da ex-sinhazinha Djidja Cardoso, são condenados nesta terça-feira (17) pela Justiça do Amazonas a 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Djidja foi encontrada morta por familiares em sua casa, em Manaus, no final de maio deste ano. O Instituto Médico Legal (IML) ainda não divulgou o laudo oficial, mas a investigação da polícia que conduz o caso suspeita de uma overdose de cetamina como a causa da morte.
Juntos, José Máximo Silva de Oliveira e Sávio Soares Pereira (respectivamente, dono e sócio da clínica veterinária que fornecia a cetamina), Verônica da Costa Seixas (gerente da rede de salões de beleza da família de Djidja) e Hatus Moraes Silveira (coach que se fazia personal da família), também receberam a mesma pena. A defesa irá recorrer.
Djidja Cardoso e o boi Garantido (Foto: Reprodução/Instagram/@djidjacardoso)
Seita do tráfico
Nomeados como “Pai, Mãe, Vida”, a família de Djidja criou uma seita religiosa onde utilizavam de forma indiscriminada a cetamina, remédio de uso veterinário, mas também uma droga sintética, popular por causar dependência e alucinações.
Denunciada com o grupo em junho, Cleusimar Cardoso, mãe da ex-sinhazinha, foi apontada pelo promotor André Virgílio Betola Seffair como parte do núcleo principal do esquema de tráfico de drogas, a oferecendo como instrumento de cura. Vítimas do grupo relatam que foram submetidas a estupro e aborto.
Djidja Cardoso, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso (Foto: Reproução/Instagram/@cleusimarcardoso)
Festival de Parintins
Além de empresária, Djidja Cardoso foi sinhazinha do Boi Garantido durante cinco anos. A personagem, que era filha do dono da fazenda, é parte do Festival de Parintins, a maior festa folclórica do país e uma das maiores do mundo, que ocorre no interior do Amazonas todo final de junho.
Festival de Parintins (Foto: Reprodução/Michael Dantas/Getty Images)
Com a rixa entre o Boi Garantido e o Boi Caprichoso na arena do Bumbódromo, o festival foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), atraindo milhares de turistas e movimentando cerca de R$ 150 milhões só em 2024 para o estado amazonense.
Foto destaque: Djidja Cardoso (Foto: Reprodução/Instagram/@djidjacardoso)