A repercussão do caso dos talcos para bebês impactou na imagem e financeiro da renomada farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson (J&J). O que resultou em uma proposta de US$ 8,9 bilhões (R$ 45 bilhões) feita nesta terça-feira (4) para que os processos sejam encerrados.
As acusações são de que o produto contém amianto e ao ser utilizado na genital feminina poderia aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de ovário. Segundo o grupo, a contrapartida de indenização foi aceita por 60 mil dos demandantes. Mas não deve ser considerada como uma admissão de culpa.
Agora, a empresa aguarda a aprovação do acordo pelo tribunal para que todos os processos sejam resolvidos de maneira equitativa. Podendo esse pagamento que será realizado pela subsidiária LT Management se estender por 25 anos. Encerrando os atuais e futuros processos referentes ao talco, como declarou a J&J.
Investigações sobre os talcos Johnson & Johnson
Fachada da sede da Johnson & Johnson em Irvine, na Califórnia (Foto: Reprodução/Mark Ralston/AFP)
A J&J é alvo de 25 mil ações judiciais por causa de um dos itens que é líder de vendas da marca, o pó talco.
Sempre afirmando que o produto não oferecia riscos à saúde, em um dos comunicados, a Johnson & Johnson disse que: "sustentava firmemente décadas de análises científicas independentes de especialistas médicos de todo o mundo que confirmam que o talco Johnson's à base de talco é seguro, não contém amianto e não causa câncer”.
Mas na investigação realizada pela agência de notícia Reuters foi divulgado que um dos componentes encontrados no talco era o amianto, elemento que está associado a incidência de câncer. E ainda, acessos a documentações e depoimentos de outras investigações apontaram que a empresa responsável por o fabricar há quase 130 anos tinha conhecimento dos fatos.
Em maio de 2020, a indústria cessou a comercialização do artigo nos EUA e Canadá.
Pouco tempo depois, a J&J, após uma avaliação do portifólio mundial, compartilhou a decisão comercial de realizar a transição para um portifólio de talco para bebês à base de amido de milho.
Em agosto de 2022, a empresa chegou a anunciar que não daria continuação a produção de talcos para bebês e que, a partir de 2023, o produto seria retirado de circulação do mercado mundial.
Foto destaque: Talco Johnson's Baby. Reprodução/Reuters.
