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Joe Biden avalia se enviará soldados americanos para Ucrânica

Palco das recente tensões da Guerra Fria, Ucrânia está a um passo de se tornar principal motivo para 3° Guerra Mundial. Rússia vê como histeria as preocupações dos EUA e União Europeia, mas quer garantia de que a Ucrânia não entrará para OTAN.

25 Jan 2022 - 09h40 | Atualizado em 25 Jan 2022 - 09h40
Joe Biden avalia se enviará soldados americanos para Ucrânica  Lorena Bueri

O presidente americano, Joe Biden, está avaliando a ideia de enviar até 5 mil soldados, aeronaves e navios de guerra para países da OTAN no Leste Europeu, tudo isso em meio às tensões envolvendo Rússica e Ucrânica. Fontes próximas ao líder americano dizem que a decisão pode ser tomada nesta semana.

Dinamarca, Holanda, Itália, França e outros países europeus relataram ter soldados disponíveis para se apresentarem na região a qualquer momento, mas em número bem menor que os 100 mil soldados russos colocados na fronteira com a Ucrânica.

A potência americana ja havia ordenado a retirada de familiares de funcionários das embaixadas de Kiev, na Ucrânia, devido à ameaça constante de uma operação militar na região. O Reino Unido e a Austrália também se juntaram a decisão de retirada. 

Biden cancelou a folga que teria neste final de semana e recebeu militares do Pentágono para avaliar. A solução diplomática está mais longe de acontecer depois do encontro entre autoridades dos EUA e russos na última sexta-feira (21).


Putin visita frota russa, em julho de 2021. (Foto: Reprodução: AFP)


No fim de semana, Dominic Raab que é vice-primeiro-ministro do Reino Unido, disse que a "Rússia vai sofrer sérias consequências econômicas se esabelecer um governo pró-Kremlim na Ucrânia".

Moscou classifica as preocupações internacionais como "histeria", garantindo que não haverá nenhuma inerferência ou invasão à Ucrânica, mas quer uma garantia, por escrito, de que a Ucrânia não seja inserida como nova integrante da OTAN.

A tensão entre Ucrânia e os russos não são novas. A crise mais recente iniciou após a anexação da Crimeia, então território ucrâniano, pela Rússia, em 2014. Conflitos já ocorreram na fronteira leste da Ucrânia deixando 14 mil mortos nesses 7 anos.

A Ucrânia é uma democracia recente, conseguindo a sua independência somente em 1994 com o colapso do bloco da União Soviética. Porém, desde o fim da Guerra Fria, a Ucrânia é uma fronteira de influências das democracias liberais da Europa e da Rússia.

Com o colapso da URSS (União Soviética), a OTAN e a União Europeia agregaram nos anos 1990 e 2000 muitos países que eram zonas de influência soviética na Europa Central. Países como Bálticos, República Tcheca, Hungria, Polônia, Eslováquia e Eslovênia se tornaram membros da aliança ocidental a contragosto da Russia. Mas a Ucrânia não conseguiu, mesmo com movimentos de aproximaçao com a União Europeia e a Otan feitos ao longo dos últimos anos, além de protestos populares de 2013 e 2004, a Ucrânia ficou para trás devido a sua divisão. Apesar da porção oeste (onde fica a capial Kiev) apoia a inserção da Ucrânia aos padrões europeus, a parte leste do país ainda se vê muito próxima dos russos. 

Outro gigante também interessado nas tensões é a China. A China é o maior parceiro comercial da Ucrânia, a maior compradora de grãos e carnes, de modo que interessa a Pequim uma estabilidade no país. Por enquanto, a China observa em silêncio as tensões escalarem na região, mas há uma relação de proximidade entre o gigante chinês e a Russia, ainda que não seja uma aliança militar formal. 

 

Foto Destaque: Treinamento militar de civís em Kiev. Reprodução: Sean Gallup.

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