Uma aeronave com o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, e outras nove pessoas caiu na última quarta-feira (23) e não houve sobreviventes. Ao todo, entre comandante e copiloto, dez pessoas estavam a bordo e, de acordo com as agências de voo da Rússia, ainda não se sabe o motivo do acidente.
Na noite de quarta-feira, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), informou que ainda não houve um comunicado oficial russo sobre a queda do avião. De acordo com o centro, a Rússia é obrigada a começar uma investigação sobre a ocorrência pela Convenção de Chicago, que trata da aviação civil internacional.
A queda da aeronave
O modelo do jato foi produzido pela empresa brasileira Embraer. Segundo esta, comporta no máximo 15 pessoas, sem contar os dois tripulantes. O modelo, Legacy 600, é desenvolvido no Brasil, fabricado nos Estados Unidos e é amplamente utilizado.
Segundo o site Flightradar24, que monitora voo ao redor do mundo, o jato sofreu oscilações de subidas e descidas de pés depois das 18hrs. Pouco tempo depois, o avião desceu mais de oito mil pés da altitude de cruzeiro, de vinte e oito mil pés.
Exemplo de jato Legacy, da Embraer. (Foto: reprodução/divulgação/Air Charter Service)
Segundo o canal de Telegram Grey Zone, aliado ao grupo Wagner, o líder Yevgeny Prigozhin estava na aeronave. Entretanto, Keir Giles, especialista em relações internacionais, disse que era preciso cautela com essa informação.
De acordo com Giles, vários indivíduos mudaram seu nome para Yevgeny Prigozhin, em tentativas de ofuscar suas viagens aéreas.
O nome de Prigozhin já apareceu em listas de passageiros em aviões que caíram. Em 2019, uma aeronave militar An-72 caiu com oito pessoas na República Democrática do Congo e o nome do líder do grupo estava entre eles. A notícia se espalhou rapidamente, mas dias depois houve a notificação de que ele não estava no voo.
Keir Giles comentou para a Associated Press: “Não vamos ficar surpresos se ele aparecer em breve num novo vídeo na África”, disse ele.
O grupo Wagner
Também conhecido como PMC Wagner, o grupo Wagner é uma organização paramilitar de origem russa. É uma rede privada e semioficial de mercenários ligados ao governo da Rússia e que atua em diversas partes do mundo.
O líder Prigozhin operava e financiava o grupo, sendo um oligarca e também de relações diretas com o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin. O grupo Wagner já sofreu várias acusações, como saques, massacres e crimes de guerra.
Em junho deste ano, Wagner fez campanha para a destituição do Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. A medida foi tomada após um desentendimento com o ministro. Prigozhin acusou o governo russo de atacar acampamentos do grupo.
Foto destaque: líder Prigozhin. Reprodução/Mikhail Metze/TASS