Mauro Vieira, representante do Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, afirmou nesta sexta-feira (3) que Eli Cohen, chanceler de Israel, deu garantias de que os brasileiros, ainda em Gaza, terão passagem por Rafah para entrar no Egito, e então retornar ao país até quarta-feira (8).
Conversa de Mauro Vieira com Eli Cohen
Segundo o ministro brasileiro, os dois tiveram uma quarta conversa telefônica, no mesmo dia de sua declaração, onde ficou não só acordado, como garantido pelo chanceler israelense que até quarta-feira da próxima semana (8), todos os brasileiros presos em Gaza poderão voltar para casa, e que Cohen ainda prometeu tentar antecipar a saída.
Finalmente a passagem por Rafah, que leva até o Egito, onde os aviões da FAB estão a espera dos cidadãos brasileiros, foi liberada por Israel. E as embaixadas brasileiras em Ramallah, na Palestina, e no Egito, é que ficarão responsáveis pelo embarque.
Mapa da região do conflito. (Foto: reprodução/The Conversation)
A única saída de Gaza
Após os primeiros ataques do Hamas a Israel, soldados israelenses fecharam as duas passagens que davam acesso a Faixa de Gaza, para tentar conter os ataques e impor um cerco ao grupo terrorista, bloqueando a chegada de suprimentos a região, restando apenas uma passagem de entrada e saída, pelo Rafah, que dá no Egito.
Desde então, Israel e Egito são pressionados pelas forças humanitárias a liberarem a passagem pela região, tanto para entrada de suprimentos, como para a saída de refugiados. Porém, o Egito se preocupa que, com a liberação da passagem, acabasse por permitir aos palestinos a criação de um Estado no seu território, mesmo que negue o impedimento do acesso a Rafah.
Portões de Rafah (Foto: reprodução/Said Khatib/AFP )
Em pronunciamento, o Egito afirmou que, solidário aos vizinhos, permite que a passagem seja utilizada, tanto para entrada de suprimentos em Gaza, quanto para saída da população civil, que Israel é que precisa garantir a segurança na região, constantemente atacada por suas forças militares, mas salientou que sua ajuda “tem limites”, que não podem suportar que muitos “fiquem”, para que não lhes falte o necessário, uma vez que já acolhem cerca de 9 milhões de migrantes, e que por isso, irão encaminhar os chegados de Gaza ao Sinai. Também colocou que, a seu ver, a saída de toda a população da região Palestina pode pôr fim a “sua causa”, e que deveriam permanecer “de pé em sua terra” ou, o mais próximo dela, uma vez que já a perderam para Israel e já são refugiados na Faixa de Gaza.
Cerca de 1500 estrangeiros já saíram da região até sexta-feira (3), e mais 571 já têm seus nomes na última lista liberada, porém, nenhum brasileiro ainda foi autorizado a sair até então.
Foto Destaque: Estrangeiros deixando a Faixa de Gaza rumo ao Egito pela passagem de Rafah (Reprodução/MOHAMMED ABED/AFP)