Moda

Trocas de diretores criativos ocorrem cada vez mais e impactam o mundo da moda

Veja os motivos das marcas de luxo mudarem seus diretores criativos com maior frequência atualmente advindas de novas pressões do mercado e dos consumidores

03 Abr 2025 - 10h16 | Atualizado em 03 Abr 2025 - 10h16
Trocas de diretores criativos ocorrem cada vez mais e impactam o mundo da moda Lorena Bueri

A estabilidade criativa nas grifes tem se tornado cada vez mais difícil e não é mais comum diretores perdurarem tanto tempo em seus cargos, como acontecia na era de Karl Lagerfeld, que ficou na Chanel e na Fendi por várias décadas, assim como Donatella na Versace. Hoje, o cenário da moda de luxo vê mudanças constantes de talentos no comando das maisons, com passagens cada vez mais curtas. Desse modo, para entender essa alta rotatividade, é preciso levar em consideração diversos fatores complexos que estão em jogo.

Os diretores criativos são responsáveis por estabelecer a visão criativa da marca, ou seja, eles comandam e constroem a essência que a marca apresenta. Além disso, um de seus principais objetivos é a criação de produtos que despertem o desejo do público. Por isso, é totalmente necessário que tenham habilidades ligadas tanto às estratégias comerciais quanto ao lado artístico, unindo a criatividade com o resultado direto nas vendas.


Karl Lagerfeld (Foto: reprodução/Patrick Kovarik/Getty Images Embed)


Impacto do cenário global no consumidor de luxo

O contexto mundial de incertezas econômicas, mudanças climáticas e conflitos políticos crescentes aumenta a cautela dos consumidores, inclusive na seleta parcela que consome artigos de luxo. Diante dessa hesitação, as marcas sentem a pressão para renovar o interesse e estimular as vendas rapidamente.

Uma das táticas mais diretas para gerar novidade e atrair atenção é justamente a troca do diretor criativo, vista como uma forma eficaz de revitalizar a imagem da marca e criar buzz instantâneo no mercado e repercussão na imprensa, o que consequentemente faz com que o olhos do público se voltem para a marca.


Dario Vitale (à esquerda), novo diretor criativo da Versace (Foto: reprodução/Arnold Jerocki/Getty Images Embed)


Novas exigências internas e o papel do diretor

Outros fatores que não estão ligados ao cenário global também compõem o atual cenário do mundo da moda. Paralelamente a questões externas, também existe a necessidade que se tornou crucial de justificar o "value for money" (valor do dinheiro, em português) de um item de luxo. Com o crescimento dos aplicativos e sites voltados tanto para revenda e varejo, o apelo dos bazares, das peças vintage e a popularidade dos "dupes", azem com que as grifes precisem ir além do produto.

Por esses motivos, as estratégias de marketing precisam ser robustas e aliadas a um storytelling envolvente, garantindo experiências exclusivas. Esses pontos são cada vez mais fundamentais para o convencimento do cliente, ou seja, o consumidor quer estar alinhado com os ideais da marca, para que assim sinta que o investimento vale a pena.

O papel do diretor criativo também se transformou. Não basta mais ser apenas um excelente designer; é preciso ter visão comercial, entender o “mood” do momento, dominar o ambiente digital e ser um estrategista capaz de gerar desejo. Além disso, a pressão por resultados financeiros imediatos, especialmente em marcas de capital aberto, intensifica a volatilidade no cargo, focando no impacto rápido em vez do desenvolvimento a longo prazo.


Foto destaque: Donatella Versace (Reprodução/Neilson Barnard/Getty Images Embed)

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