A imprensa estatal do Irã confirmou que o presidente do país, Ebrahim Raisi, de 63 anos, morreu após um acidente de helicóptero neste domingo (19), em uma região montanhosa. Na aeronave estavam, além do presidente, mais sete pessoas, incluindo o ministro das relações exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, outras autoridades, piloto e co-piloto. O acidente, que está sob investigação, teria ocorrido por conta das más condições do tempo na região de Pir Davood.
Buscas durante o dia
O acidente ocorreu por volta das 13 horas, horário de Brasília, 6 horas da manhã no Irã, e os destroços do helicóptero só foram encontrados cerca de 12 horas após o incidente.
Por ter acontecido em uma região montanhosa entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província de Azerbaijão Oriental, a 600 km da capital Teerã, houve uma dificuldade para encontrar os restos da aeronave.
Com a ajuda de drones enviados pela Turquia com sensores de calor, foi identificado o local do acidente e integrantes do Crescente Vermelho, braço iraniano da Cruz Vermelha, localizaram os destroços.
Ao todo cerca de 73 equipes de resgate foram mobilizadas para ir até o local do acidente. Imagens aéreas do Crescente Vermelho mostraram a zona, uma encosta bastante arborizada e íngreme, com a cauda azul do helicóptero e outros destroços.
Quem era Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi nasceu em 1960, era advogado e começou a carreira como promotor nos anos de 1980, chegando ao cargo de procurador-geral de justiça em 1994 e chefe de justiça iraniano em 2019.
Durante o período em que foi promotor de justiça na década de 1980, Raisi participou das Comissões da Morte, que teriam feitos execuções de cinco mil militares contrários à Revolução do Irã comandadas pelos aiatolás. Em 2019, ele foi sancionado pelos Estados Unidos por participação nas mortes.
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Imagens do Crescente Vermelho do local do acidente que vitimou oito pessoas (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Azin Haghighi/Moj News Agency/Anadolu)
Suspeita de eleições manipuladas
Se elegeu presidente do Irã em 2021, para um mandato de 4 anos, em uma eleição não competitiva, conseguindo a maioria dos votos no primeiro turno. Durante o período eleitoral, houve vários incidentes, com adversários impedidos de participar do pleito pelo Conselho de Guardiões da Constituição.
Entre os impedidos estavam o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, Mostafa Tajzadeh, e o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri.
Além desses incidentes, houve recorde de abstenção de votos, pois a eleição foi vista como manipulada pela população. Apenas 48,8% dos eleitores compareceram para votar, menor número registrado no país desde a revolução iraniana em 1979.
Repercussão no mundo
Diversos líderes mundiais expressaram condolências ao povo iraniano. Sergei Lavrov, ministros das relações exteriores da Rússia enviou uma mensagem afirmando que “Nós sinceramente estendemos nossas condolências às famílias e amigos das vítimas, bem como a todo o povo amigo do Irã.” A Turquia também lamentou o falecimento de Raisi, afirmando que prestou toda assistência possível desde que foram informados do incidente.
O Líbano decretou três dias de luto.O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou na rede social X que estava profundamente entristecido com o ocorrido e reforçou o esforço por uma aliança entre Índia e Irã. O Catar foi outro país a enviar condolências aos iranianos.
O que acontece agora
O primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, é agora o presidente e terá de convocar novas eleições num prazo de, no máximo, 50 dias em conjunto com os chefes dos outros poderes do país, Legislativo e Judiciário.
Foto Destaque: Ebrahim Raisi, presidente do Irã morreu em um acidente de helicóptero (Reprodução/Getty Images Embed/Behrouz MEHRI/AFP)
