A Polícia Federal abriu, nesta sexta-feira (12), um inquérito para apurar uma falsa filiação do atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva, no Partido Liberal (PL), sigla da qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na última quarta-feira (10), Alexandre de Moraes, ministro do Tribunal Superior Eleitoral, levou o caso a PF. Após análises, técnicos da Corte descobriram que o cadastro de inclusão foi feito por meio de uma senha vinculada a uma advogada que presta serviços ao PL. A Diretoria de Crimes Cibernéticos da PF ficou responsável pelo caso e toda a investigação acontece em sigilo.
Na foto, o presidente Lula aparece em tom de seriedade (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Sobre as medidas tomadas pelo TSE
Sobre as informações levadas à Polícia Federal, o TSE comunicou:
“Considerando a existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral, encaminhem-se cópia dos presentes autos ao diretor-geral da Polícia Federal para adoção de todas as providências cabíveis que deverão, oportunamente, ser informadas a este Tribunal Superior Eleitoral”, disse Alexandre de Moraes.
O órgão ainda completou a declaração dizendo que há "claros indícios de falsidade ideológica". Por conta disso, Moraes cancelou o login usado para fazer a filiação falsa no sistema da Corte.
Ministro Alexandre Moraes dá declaração sobre o caso (Foto: reprodução/Carlos Moura/SCO/STF)
Segundo os técnicos que apuraram o caso, foi descartada a possibilidade de invasão no sistema ou qualquer problema que ocasionasse falha na programação.
Para Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, a filiação foi feita por um hacker. O político ainda ressaltou que, se o caso tivesse acontecido com ele, também pediria que a Polícia Federal investigasse.
Dados das filiações estão à disposição da PF
A consolidação dos dados que levam à admissão no PL é feita por sistema de gestão partidária criado e mantido pela Datavence, empresa que se colocou à disposição para fornecer todos os registros relacionados às filiações.
Dados levantados pela Secretaria de Tecnologia da Informação da Corte mostram que Lula ficou aproximadamente seis meses registrado pelo PL no sistema de filiação do TSE, já que a inclusão dos dados foi feita em meados de julho de 2023.
Foto destaque: filiação de Lula ao PL, partido adversário, será investigada (reprodução/Ricardo Stuckert/Presidência da República)