Uma das três maiores agências internacionais de classificação de risco, a Moody’s Ratings, anunciou na última sexta-feira (30) a revisão da perspectiva da nota de crédito do Brasil, que era positiva e passou para estável. Apesar de manter a classificação "Ba1", a mudança reflete uma avaliação mais cautelosa sobre a evolução fiscal do país.
Endividamento público
O relatório divulgado pela agência revela que há uma preocupação crescente com a capacidade do governo brasileiro de reduzir os riscos ligados ao endividamento público. A Moody’s apontou que o avanço das reformas fiscais está defasado diante do esperado e destacou que há limitações estruturais no controle dos gastos, embora o Executivo tenha cumprido metas de resultado primário.
A agência concluiu que a rigidez orçamentária, somada ao aumento dos custos para financiar a dívida, tem dificultado a consolidação das contas públicas. A avaliação vê esses entraves como limitadores da margem de manobra necessária para o governo melhorar de forma significativa o perfil fiscal no curto prazo.
Informação sobre rebaixamento da perspectiva do Brasil pela Moody's (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)
Pontos positivos insuficientes
Há alguns pontos positivos apontados pelo relatório, como o potencial de crescimento econômico, os investimentos em curso e as reformas que vêm sendo conduzidas nos últimos anos. Porém, esses fatores não foram suficientes para justificar uma elevação na nota de crédito do país, sendo insuficientes, ainda, para manter o nível anterior do relatório.
A nova perspectiva indica que, para a agência Moody’s, é improvável que a classificação de crédito do Brasil melhore no curto prazo caso não haja avanços sólidos na política fiscal. O rebaixamento da credibilidade brasileira reforça a necessidade de um compromisso vigoroso com o equilíbrio das contas públicas para recuperar a confiança dos investidores, recuperar a boa avaliação e melhorar a reputação financeira do país, que fechou o mês de abril com uma dívida pública de mais de 7,6 trilhões de reais, e há uma tendência de aumento desse montante.
Foto destaque: A bandeira do Brasil (Reprodução/engin akyurt/Unsplash)