A crise financeira na Argentina teve mais um capítulo nesta semana. Segundo números do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), publicados neste mês de março, a Argentina apresentou inflação de 276,2% ao ano à frente de outros países que também enfrentam crises financeiras como o Líbano (177%) e a Venezuela (85%). O país apresentou superávit fiscal pela primeira vez em muitos anos.
Em fevereiro, o aumento dos preços na Argentina foi de 13,2%, acusando uma baixa em relação aos meses anteriores: dezembro (25,5%) e janeiro (20,6%). Essa oscilação é influenciada principalmente pelos preços nos setores de Alimentação, Bebidas alcoólicas, Transporte, Habitação, Água, Eletricidade, Gás e Outros Combustíveis.
Presidente comemora números
O presidente Javier Milei encarou esses dados como “um sucesso” em seu governo, diante da queda apresentada pelos índices com relação a janeiro/2024 e dezembro/2023. Javier Milei, eleito presidente em dezembro do ano passado, apresenta-se como um economista liberal-libertário. Em sua campanha eleitoral, Javier conquistou os argentinos com a promessa de acabar com a inflação, implementando uma série de cortes nos gastos públicos. Inclusive, nesta semana seu governo anunciou novos cortes de impostos nas importações de alimentos da cesta básica, na esperança de ser uma medida de combate à inflação, aumentando a competição e reduzindo os preços no mercado.
Javier Milei acena em evento em Buenos Aires(Foto: reprodução/Juan Mabromata/AFP)
Pobreza argentina
Em paralelo, a taxa de pobreza no país ultrapassou os 50% em janeiro de 2024, de acordo com o Observatório Social da Universidade Católica Argentina. Os argentinos têm sofrido com crise financeira que assola o país nos últimos anos. A moeda argentina, o peso, tem apresentado queda em seu valor monetário, ficando muito atrás das moedas de outros países, por exemplo o dólar (EUA) e do real (Brasil).
Foto destaque: aumento na taxa de probreza na Argentina (Reprodução/Agustin Marcarian/Reuters/G1)