Um território pequeno, rochoso e ocupado por cerca de 15 mil serpentes, é conhecido como Ilha das Cobras, no entanto, seu nome verdadeiro é Ilha da Queimada Grande, localizada a 35km do litoral de São Paulo, com um difícil acesso. Após inúmeras pesquisas, constataram que é a segunda maior concentração de cobras por área no mundo, perdendo apenas para a Ilha de Shedao, na China.
Esse território é habitado por algumas espécies de cobras, mas principalmente por Jararacas Ilhoas (Bothrops insularis), um tipo de víbora endêmica da região, seu veneno é altamente tóxico e prejudicial ao ser humano. Uma única picada pode ser mortal e causar a morte de uma pessoa em até seis horas.
Segundo um comunicado publicado no site da Prefeitura de Itanhaém (SP), o responsável da área afirmou: “São parentes das jararacas continentais, só que donas de um veneno de 12 a 20 vezes mais fortes. A ilha é um paraíso com excesso de serpentes”.
Jararaca-ilhoa é uma das serpentes mais perigosas do mundo (Foto: Reprodução/G1/ Rafael Benetti)
Devido aos riscos encontrados no local, o desembarque de turistas é proibido e apenas os profissionais da área ambiental estão autorizados a ficar no local, visto que sabem como se proteger e evitar problemas. “A Bothrops insularis mede entre 0,5 e 1 metro, sendo as fêmeas ligeiramente maiores”, explicou o biólogo Marcelo Ribeiro Duarte, do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituo Butanta, à BBC News.
Neste momento, as espécies Ilhoa e Domideira estão espalhadas pelo terreno e a Ilhoa não foi mais encontrada em nenhum outro local do mundo. Segundo a prefeitura, o paraíso das cobras veio por conta do isolamento geográfico provocado pela glaciação da terra: “Quando as águas do degelo cobriram grandes extensões de terra, formaram-se várias ilhas como essa. A maioria dos animais migrou para o continente. Os demais, impossibilitados de nadar, ficaram confinados, sobreviveram apenas aqueles que puderam se adaptar”.
Essa ilha foi descoberta em 1532 em uma expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza.
Foto Destaque: Ilha das cobras. Reprodução/G1/ Ligia Amorim