O eletricista Hélio Fragas teve o carro parcialmente engolido por uma cratera nesta segunda-feira (13), enquanto dirigia pelo bairro Esperança, em Petrópolis (RJ). Na ocasião, ele seguia de carro para ver os novos deslocamentos de pedra, em direção aos córregos que desembocam no Túnel Extravasor.
Essa, entretanto, não é a primeira vez que o homem se acidenta na região. De modo similar, em março do ano passado, Fragas chegou a ficar gravemente ferido, após fraturar a tíbia caindo em outra cratera.
O problema acontece por causa da ausência de serviços eficientes de captação de águas pluviais na parte mais elevada da cidade. Sem a vazão correta da água, o processo erosivo é potencializado, fazendo com que pedras e terras desses locais se desprendam, contribuindo para o surgimento de buracos.
Cratera aberta na rua (Foto: Reprodução/Band.com.br)
Chuvas em Petrópolis
Com cerca de 3,5 km de extensão, o Túnel Extravasor de Petrópolis é um sistema que desvia as águas do rio Palatino, do centro da cidade, para o rio Itamarati. Com a manutenção adequada, esse mecanismo minimiza os efeitos das grandes enchentes proporcionadas pelas chuvas. O sistema, entretanto, apresenta hoje uma estrutura deteriorada e traz insegurança para os moradores da área.
Atualmente, o Extravasor passa por obras emergenciais que excedem o valor de R$ 74 milhões. Apesar das reformas, enchentes e desabamentos ainda são constatados na região. Sobre o cenário, Yuri Moura (Psol), que é deputado estadual do Rio de Janeiro, entrou nas redes sociais para criticar a demora da ação do governo do estado.
“As obras no túnel seguem sem previsão [de fim]. O governo do estado demorou mais de 10 anos para agir, esperou casas serem engolidas e a Justiça ordenar para que algo seja feito. Ontem choveu e os moradores sofreram pelo atraso”, publicou, nesta terça-feira (14), no Twitter. “Centenas de moradores que moram na Rua do Túnel, acima do canal, vivem desabamentos e alagamentos”.
Foto Destaque: Reprodução/Band.com.br