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Guerra na Ucrânia completa um mês; entenda a situação atual

A Ucrânia tem resistido aos ataques russos diários por mais tempo do que o estimado pelos especialistas no início do conflito. 'Plano original da Rússia de nos invadir falhou', diz Zelenski.

24 Mar 2022 - 09h56 | Atualizado em 24 Mar 2022 - 09h56
Guerra na Ucrânia completa um mês; entenda a situação atual Lorena Bueri

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia chega ao marco de um mês nesta quinta-feira (24) se mostrando mais demorada e dificultosa do que o previsto por especialistas que consideravam a superioridade militar de Moscou suficiente para uma operação rápida e com pouca resistência.

Para comparar, no início da guerra, a Ucrânia dispunha de 219 mil soldados em suas tropas ativas, contra 840 mil militares russos. Enquanto os ucranianos tinham 170 aeronaves de combate, os russos possuíam 1.212. Em 2021, a Rússia investiu US $41,2 bilhões em orçamento militar a mais do que a Ucrânia.

As autoridades de inteligência dos Estados Unidos disseram, no início do conflito, que a capital Kiev poderia cair em questão de dias. Nesta semana, a parte oeste de Kiev, que dias atrás era tomada pelos russos, retornou ao controle dos ucranianos.  

"Faz um mês desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Seu plano original de nos invadir falhou", disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falando da rua para o seu canal no Telegram, nesta madrugada.


Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zeleensky, em pronunciamento sobre marco de um mês da guerra, no seu canal do Telegram. (Foto: Reprodução/AFP)


O presidente ucraniano declarou ainda que esta guerra não é apenas um ataque contra o seu país, mas também contra a “liberdade de todas as pessoas na Europa e no mundo”, e pediu pela unidade da Europa e do mundo contra a guerra.  

Zelensky afirmou ainda que a Rússia está se preparando para esta operação há décadas e pediu ajuda "efetiva e ilimitada" da Otan para impedir conjuntamente que a Rússia desfaça a Aliança Atlântica, a União Europeia e o G7 e os leve à guerra.

Líderes da OTAN se reúnem nesta quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a guerra no leste europeu. Os países que fazem parte da aliança militar do Ocidente devem anunciar assistência militar à Ucrânia, além de novas sanções contra a Rússia e possivelmente um reforço das tropas da OTAN ao longo da fronteira entre os dois países.

As negociações permanecem difíceis. As autoridades das duas partes envolvidas tentam por semanas chegar a um acordo de cessar-fogo, mas sem avanços, e o conflito continua sem fim à vista.

A Rússia reorganizou suas tropas antes de retomar uma ofensiva em diversas regiões da Ucrânia. Segundo o serviço de Inteligência americano, o exército russo adota uma posição defensiva, neste momento do conflito, em relação aos contra-ataques da Ucrânia nos últimos dias.

Desde o início da invasão russa à Ucrânia, mais de 900 civis morreram e 3,5 milhões de pessoas saíram do país, de acordo com estimativas da ONU.

 

Foto destaque: Militares russos são vistos em tanques de guerra na cidade de Mariupol, na Ucrânia, no dia 20 de março de 2022. Reprodução/Alexandre Ermochenko/Reuters.

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