O governo federal planeja estabelecer um grupo de trabalho para combater a disseminação de desinformação sobre vacinas nas redes sociais e punir profissionais, incluindo médicos, responsáveis por essa divulgação.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou em entrevista à Folha de S. Paulo que a equipe será composta por representantes da Saúde, Justiça e Secretaria de Comunicação Social. A análise do grupo considerará o tipo de desinformação e o grau de responsabilidade da pessoa que divulgar para determinar a aplicação de punições. Embora as publicações falsas sobre vacinação tenham servido como modelo inicial, a medida poderá ser expandida para outros temas de saúde.
A Ministra escreveu nas redes sociais sobre a entrevista:
“Em entrevista à Folha, publicado nesta segunda (5), conversei sobre as prioridades, animadas e desafios do ministério da saúde. Nossa diretriz é considerar a saúde um direito e uma base para o desenvolvimento sustentável por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)’’.
Agradeço à @folha pela entrevista. Foi uma excelente oportunidade de atualizar a sociedade sobre nosso trabalho e a atuação do @minsaude. https://t.co/ZRyxdf6pxL
Foto: Reprodução/ Twitter
A ministra destacou a necessidade de punir comportamentos criminosos por parte de médicos e outras pessoas que disseminam informações absurdas, como alegar que as pessoas podem morrer ou sofrer sequelas após tomar a vacina. Além disso, o Ministério da Saúde pretende colaborar com líderes religiosos e outros influenciadores para aumentar a cobertura vacinal no país.
Nísia Trindade reconheceu que o ritmo da vacinação está abaixo do desejado, apesar dos esforços feitos pelo ministério. Para reverter essa situação, estão sendo desenvolvidos microplanejamentos, começando pela região Amazônica, e serão realizadas parcerias com prefeituras, líderes religiosos, formadores de opinião e o Ministério da Educação.
A campanha de multivacinação já foi iniciada nos estados do Amazonas e Acre em maio e será expandida para o restante do país no segundo semestre, incluindo o Distrito Federal. A antecipação da iniciativa nessas áreas ocorreu após a confirmação de um caso de poliomielite no Peru.
Foto destaque: Nísia Trindade, Ministra da Saúde. Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil