Militares tomaram o poder hoje (30), através de um golpe de Estado, em rede nacional, no Gabão. As Forças Armadas alegaram fraude nas eleições gerais e, por isso, assumiram o comando do país africano. O presidente, Ali Bongo, foi deposto e preso, após mais de 14 anos na presidência. Além disso, a junta militar fechou as fronteiras de todo o território.
Após a tomada de poder, o novo governo dissolveu todas as instituições estatais, incluindo o Senado e a Assembleia Nacional. Além disso, foi informado que as fronteiras terrestres e áreas do país foram fechadas.
Os militares disseram, através da rede nacional de televisão, que estava na hora de pôr um ponto final no atual governo. “Em nome do povo gabonês, nós decidimos defender a paz e colocar um fim no regime atual”, declararam.
Eleições gerais no Gabão
Presidente Ali Bongo Ondimba. (Foto: Reprodução/AFP/Eduardo Soteras)
No pleito geral ocorrido no último sábado (26), Ali Bongo Ondimba, que está no comando da nação por 14 anos, conquistou sua reeleição com aproximadamente 64% dos votos, de acordo com autoridades eleitorais. Contudo, após o encerramento das votações, o governo implementou um toque de recolher noturno e interrompeu os serviços de internet em todo o território.
Com a queda do presidente em exercício, diversas pessoas foram às ruas comemorar a saída de Bongo da cadeira da presidência.
Repercussão internacional
Com a queda de Bongo e a intervenção militar, a União Europeia e a Rússia têm visto a situação com desconfiança.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que Moscou observa com preocupação as notícias sobre a crise política da nação africana aliada. Além disso, a Rússia está acompanhando de forma atenta a evolução dos acontecimentos e espera uma rápida estabilização do cenário.
A União Europeia, através de uma fala do Chanceler, Josep Borrel, também expressou a preocupação de haver uma fragilidade política nas regiões próximas. "Se for confirmado, é um outro golpe militar que aumenta a instabilidade em toda a região", comentou Borrel.
Foto destaque: Militares gaboneses tomaram o poder no último sábado (26). Reprodução/Gabon 1ere/Reuters