As tempestades tropicais estão se transformando cada vez mais em furacões e supertufões devastadores, com potencial destrutivo sem precedentes. No caribe, desde o domingo (25), o furacão Ian já atinge algumas ilhas e está se fortalecendo com as águas quentes da região.
A previsão era de que o Ian, em menos de 72 horas, iria da classificação de tempestade tropical para um furacão de categoria 4, na escala Saffir-Simpson, que vai até a medição 5, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Nas Filipinas, neste último final de semana, o supertufão Noru, passou da categoria 1 a 5 apenas durante uma noite, causando estragos no país do Pacífico.
A Flórida já aguarda a chegada de Ian no meio desta semana, com o furacão atingindo a categoria 4 antes de tocar em solo norte-americano. Para a professora assistente de ciência atmosférica da Universidade do Estado da Flórida, Allison Wing, essa rápida intensificação das tempestades e furacões era um fenômeno raro, que acontecia em torno de 6% dos casos analisados pelos meteorologistas no histórico de previsões.
Furacão Ian nas Ilhas Cayman. Foto (Reprodução/Kevin Morales/AP)
Porém, as tempestades de grande magnitude estão cada vez mais comuns e acredita-se que a causa seja a interferência humana, devido às alterações climáticas causadas pelos homens, com as emissões de combustíveis fósseis que retêm o calor na atmosfera e tornam o planeta cada vez mais quente, resultando em um aquecimento excessivo dos oceanos de forma rápida, já que estes absorvem 90% deste calor excessivo.
Jeff Masters, meteorologista, afirma que esse aquecimento dos oceanos em seus níveis superiores é o combustível para os furacões, que são como motores térmicos, obtendo energia térmica dos oceanos e a transformando em energia cinética, que são os seus fortes ventos.
Com o aumento da temperatura dos oceanos, aumenta a intensidade dos furacões e a velocidade com que eles sobem de categoria. As mudanças climáticas são a origem da rápida intensificação das tempestades. As previsões destes furacões estão sendo cada vez mais detalhadas e antecipadas, devido ao avanço e aprimoramento dos modelos climáticos, de acordo com o meteorologista.
Foto destaque: imagem de satélite do furacão Ian (Reprodução/NOAA/AP)