Nesta quarta-feira, um relatório publicado pela ONU não apenas mostrou que a fome e a insegurança alimentar estão aumentando no mundo, como evidenciou um cenário de pobreza e desnutrição no Brasil. Após retornar ao mapa da fome em 2022, o país já apresenta 10,1 milhões de brasileiros com fome e 70,3 milhões em insegurança alimentar.
A perspectiva mundial também não se mostra positiva. Segundo dados do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), a fome no planeta aflige 735 milhões pessoas, já no quesito insegurança alimentar os números sobem para 2,3 bilhões.
Com o aumento de 1,5 milhão desde 2020, a quantidade de cidadãos com fome no Brasil já representa 4,7% da população – mais do que os 2,5% necessários para adentrar o mapa da fome. Este percentual se acentua ainda mais ao analisar as pessoas com insegurança alimentar. De acordo com a ONU, a falta de alimentos (insegurança alimentar grave) já impacta 9,9% dos brasileiros, enquanto 32,8% apresentam dificuldade em adquirir comida (insegurança alimentar moderada ou grave).
Brasil voltou ao mapa da fome. (Foto: Reprodução/ONGBancoDeAlimentos).
Apesar do relatório mostrar o aumento da fome no planeta, localidades como a Asia e América Latina, conseguiram reduzir este índice. A África, no entanto, não mostrou melhoras e continuou como a área mais impactada, apresentando uma a cada cinco pessoas em situação de fome.
Especialistas discutem soluções
Após ser publicado, o relatório da UNO gerou respostas de diversas autoridades. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), é necessário que as nações se unem para arquitetar políticas públicas, a fim de melhorar o cenário mundial da fome.
“Não é possível que nós aceitemos pessoas que não tenham comida, que estejam agora sem condições comprar um prato de comida para si e para a sua família”, afirmou o representante da WFP, Daniel Balan.
No cenário nacional, os dados da fome e insegurança alimentar foram discutidos pela secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), a Lilian Rahal. De acordo com Lilian, “nós só conseguiremos sair dessa situação a partir de uma coordenação de esforços e de políticas que façam chegar renda a quem mais precisa”.
A secretaria ainda se aprofundou na questão afirmando que “a fome no Brasil tem cara” – definido por ela como a mulher negra, mãe solo e moradora de periferia.
Em busca de mudar o panorama da fome no Brasi, sabe-se que o governo nacional tem investido em programas sociais com foco em reestabelecer a renda das famílias mais pobres e a qualidade de vida, como o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Foto destaque: Reprodução/PT.org.