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Fênomeno La Niña chega ao fim, mas deve deixar tempo irregular no Brasil

A agência do governo americano NOAA informou que as águas do Pacífico voltaram ao estado de normalidade de sua temperatura e estão livres de fenômenos climáticos

11 Abr 2025 - 05h01 | Atualizado em 11 Abr 2025 - 05h01
Fênomeno La Niña chega ao fim, mas deve deixar tempo irregular no Brasil Lorena Bueri

A volta à normalidade da temperatura padrão do Oceano Pacífico é o prenúncio de que o fenômeno climático La Niña chegou ao fim. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi a primeira a informar sobre a dissipação do fenômeno, divulgando um boletim a respeito, no domingo, dia 6 de abril.

Na prática, isso significa o retorno à condição de neutralidade climática das águas do Pacífico Equatorial. Isto é, quando não há mais o esfriamento anormal da superfície das águas do Oceano Pacífico Equatorial em função da ocorrência frequente e com grande intensidade de ventos alísios que caracterizam o La Niña em si.

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (o “NOAA”– sigla em inglês para National Oceanic and Atmospheric Administration), que realiza estudo sobre oceanos, meteorologia e tudo relativo à atmosfera, também comunicou, só que na terça-feira (8) passada, sobre término do La Niña.

De acordo com o Órgão americano, o atual quadro climático, embora equilibrado na área do Pacífico Equatorial, indica mais um novo ciclo de mudanças na atmosfera. Como efeito colateral, outros lugares do planeta e as áreas relativamente próximas ao litoral da América do Sul, como o Brasil, devem sofrer mais alterações no padrão do tempo de forma inversa ao que ocorreu quando o La Niña tinha se estabelecido. A Agência NOAA afirma também que o fim do evento climático deve provocar mais instabilidades meteorológicas no Brasil.

Reflexos do fim do La Niña no Brasil

A despedida do fenômeno climático traz efeitos inversos aos de quando ele ainda está presente e atuante e outros de modo irregular, provocando instabilidades no tempo. Conforme meteorologistas do Climatempo, a neutralidade da temperatura das águas do Pacífico trará mudanças como, por exemplo, a alternância mais frequente de períodos de chuvas com os períodos de estiagem na região Sul. Os estados sulistas devem ter mais precipitações de forma intensa. 


Mulher caminha em rua alagada após temporal na Vila da Paz, em Porto Alegre, RS (Foto: reprodução/Bruno Peres/Agência Brasil)


Já para o Norte e o Nordeste a estimativa é de redução da ocorrência de chuvas. Segundo os especialistas do Climatempo, ainda como reflexo da dissipação do La Niña, no Brasil, as massas de ar frio entrarão pelo sul. Ao longo das estações outono e inverno, essas massas tendem a avançar Brasil adentro pela zona do centro-sul.

"A previsão é que essa fase neutra continue pelos próximos meses, com mais de 50% de chance de persistir até o trimestre entre agosto e outubro", informou a empresa de meteorologia em entrevista ao site de notícias UOL.

A meteorologista Danielle Ferreira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que quando a região está sob a ação do La Niña, a tendência é ocorrência de efeitos inversamente proporcionais, tais como: a redução drástica de chuvas no Sul, enquanto o Norte e o Nordeste do país passam a enfrentar chuvas em excesso para o padrão local.

A relação do La Niña com os ventos

O NOAA tinha confirmado no mês de dezembro do ano passado que o fenômeno natural estava atuando sobre a região do Pacífico Equatorial. No entanto, seus efeitos já vinham sendo observados no Oceano em questão desde o meio do ano de 2024 mesmo.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o La Niña promove o esfriamento anômalo da superfície do Oceano Pacífico Equatorial. Já o El Niño faz o oposto. Ele promove o aquecimento.


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O “La Niña” esfria as águas do Oceano Pacífico, alterando o clima em diversas regiões do mundo como na costa da Ilha de Páscoa, no Chile (Foto: reprodução/CreativeTouchImaging Ltd./NurPhoto/ Getty Images Embed)


Ventos alísios sobre o Pacífico

São ventos fortes que partem da região dos trópicos em direção à Linha do Equador, convergindo em uma região denominada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Os meteorologistas explicam que a “Linha do Equador” é um termo técnico, no sentido figurado, que significa uma linha imaginária que corta o planeta ao meio na posição horizontal e, assim, separa o hemisfério norte do hemisfério sul.

Os ventos alísios sopram do leste para o oeste. Quando esse movimento do ar está mais forte do que o normal tende a empurrar a água quente da superfície do Oceano Pacífico para ainda mais distante. Essas águas com temperaturas elevadas deslocam-se e se aproximam do Sudeste da Ásia e da Oceania.



Os ventos alíseos empurram as águas quentes da superfície do Oceano Pacífico enquanto ocorre o pôr do Sol ao fundo  (Foto: reprodução/Pixabay)


Já na região litorânea do continente sul-americano, as águas frias emergem até ficarem bem mais perto da superfície. Esse movimento de subida da água, cientificamente chamado de ressurgência, causa o severo esfriamento anormal do Oceano Pacífico. É assim que se forma o La Niña, que altera a atmosfera e causa chuvas intensas e de grande volume nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Além disso, faz com que o tempo fique seco e quente no Sul do país.

A previsão da agência do governo dos EUA para o clima e tempo é de que o estado de neutralidade do Pacífico permaneça até meados de 2025.

Foto Destaque: ilustração de fenômeno climática no mapa mundi do planeta (Reprodução/istockphoto)

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