O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas fortes na região Sudeste e de secas no Nordeste. O aviso dado neste domingo (27), foi de precipitação elevada em toda a faixa do litoral sudestino, desde São Paulo até o sul da Bahia. Além disso, há um “grande perigo” de onda de calor nos interiores baiano e piauiense, e de seca no sertão da Paraíba e de Pernambuco.
As mudanças são decorrentes da influência do fenômeno “El Niño”, que chegará intenso na América do Sul. Nos lugares do Nordeste onde a onda de calor está prevista para acontecer, a população é orientada a ligar para a defesa civil (telefone 199) em caso de emergência. De acordo com o Inmet, a previsão é de que as temperaturas fiquem 5°C acima do normal para esta época do ano.
“El niños passados”
O El Niño é um fenômeno conhecido da América do Sul e esta não é a primeira vez que alertas são emitidos em decorrência das mudanças extremas trazidas por ele. Sua última aparição aconteceu entre 2018 e 2019. Quando intensificado, ele fica conhecido como um “Super El Niño”. Os últimos três "Super El Niños" registrados na história brasileira aconteceram em 1982/1983, 1997/1998 e 2015/2016.
Nas ocasiões, o calor extremo e as chuvas fortes provocaram estragos por onde passaram. A versão de 2023 ainda não está classificada como “super”, mas tem a possibilidade de acontecer. A previsão é que o fenômeno dure desta vez, pelo menos, dois anos.
Como se forma um El Niño?
Os cientistas ainda não sabem as causas exatas para a formação de um El Niño ou da sua “irmã”, La Niña. O que se sabe é como ele se forma e se manifesta por onde passa.
Efeitos do El Niño ao redor do mundo. (Foto: Reprodução/Climate Prediction Center)
O El Niño acontece quando as águas do Oceano Pacífico próximas da Linha do Equador aquecem mais do que o normal, mudando todo o sistema de ventos da América do Sul. Com isso, as frentes frias que vêm do Sul não conseguem avançar para além do Sudeste, gerando uma onda de calor e seca nas regiões Norte e Nordeste.
Foto destaque: Mapa do Brasil mostrando efeitos do El Niño. Inmetro/Divulgação.