Após ser praticamente renegada ao ostracismo após a Segunda Guerra Mundial, a extrema direita europeia vem demonstrando um crescimento de popularidade nos últimos anos, confirmado pela ascensão da ala nas eleições para o Parlamento Europeu, finalizadas no último domingo.
O bloco mais extremista e conservador cresce em países marcados pelos movimentos ultraconservadores da metade do século XX, como Itália, Alemanha e França, e conseguiu 131 das 720 cadeiras disponíveis para o parlamento.
Bandeira da União Europeia hasteada em prédio diplomático (Foto: reprodução/Rick Barjonas/ONU)
Composição diversificada
Ainda que se apresente como um só bloco, a extrema direita europeia se manifesta em dois grandes grupos: os mais radicais, que visam implantar reformas mais conservadoras no bloco, e os mais mediadores, que buscam diálogo e medidas mais intermediárias.
A maior representante dos conservadores é Marine Le Pen, ex-candidata à presidência francesa e que tentará o cargo novamente em 2027. Le Pen integra o bloco Identidade e Democracia, responsável pelas medidas mais radicais vistas nos últimos tempos ao redor da europa. Sua equivalente dentro do bloco mais moderado é Giorgia Meloni, que vem buscando dialogar com as potências tidas como mais progressistas dentro do continente, como a França.
Ainda que faça parte de um setor mais radical, Marine Le Pen pediu a exclusão do partido Alternativa para Alemanha (AfD) do bloco que concorreria às eleições por entender que o grupo está muito distante do que se prega.
Membro de manifestação na Alemanha segura placa em que se lê "Nazi Raus", ou seja, "Fora Nazistas" (Foto: reprodução/Filip Singer/EPA)
Divergências em pontos centrais
Ainda que alinhada em diversos sentidos, a extrema-direita europeia diverge em pontos centrais do plano de ação do grupo. Por exemplo, Meloni, Le Pen e boa parte dos países integrantes do Parlamento tendem a tomar uma atitude mais conciliadore frente à Guerra da Ucrânia, enquanto o líder conservador Húngaro Viktor Orban declarou apoio total à Rússia.
Ainda assim, pode-se elencar características comuns que unem esses partidos em um só bloco, como a rejeição à políticas ambientais, imposição de medidas mais restritivas para a imigração e manutenção de costumes tradicionais.
Foto destaque: Giorgia Meloni e Marine Le Pen em 2015 (Reprodução/Alessandro Serrano/Sipa)