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Extrema direita cresce na Europa mas mantém rostos conhecidos

Membros mais conservadores também tiram espaço dos chamados "verdes", responsáveis pela política mais ambientalista e protetora do futuro da Europa

10 Jun 2024 - 21h34 | Atualizado em 10 Jun 2024 - 21h34
Extrema direita cresce na Europa mas mantém rostos conhecidos Lorena Bueri

Após ser praticamente renegada ao ostracismo após a Segunda Guerra Mundial, a extrema direita europeia vem demonstrando um crescimento de popularidade nos últimos anos, confirmado pela ascensão da ala nas eleições para o Parlamento Europeu, finalizadas no último domingo. 

O bloco mais extremista e conservador cresce em países marcados pelos movimentos ultraconservadores da metade do século XX, como Itália, Alemanha e França, e conseguiu 131 das 720 cadeiras disponíveis para o parlamento.


Bandeira da União Europeia hasteada em prédio diplomático

Bandeira da União Europeia hasteada em prédio diplomático (Foto: reprodução/Rick Barjonas/ONU)


Composição diversificada

Ainda que se apresente como um só bloco, a extrema direita europeia se manifesta em dois grandes grupos: os mais radicais, que visam implantar reformas mais conservadoras no bloco, e os mais mediadores, que buscam diálogo e medidas mais intermediárias. 

A maior representante dos conservadores é Marine Le Pen, ex-candidata à presidência francesa e que tentará o cargo novamente em 2027. Le Pen integra o bloco Identidade e Democracia, responsável pelas medidas mais radicais vistas nos últimos tempos ao redor da europa. Sua equivalente dentro do bloco mais moderado é Giorgia Meloni, que vem buscando dialogar com as potências tidas como mais progressistas dentro do continente, como a França.

Ainda que faça parte de um setor mais radical, Marine Le Pen pediu a exclusão do partido Alternativa para Alemanha (AfD) do bloco que concorreria às eleições por entender que o grupo está muito distante do que se prega.


Membro de manifestação segura placa em que se lê

Membro de manifestação na Alemanha segura placa em que se lê "Nazi Raus", ou seja, "Fora Nazistas" (Foto: reprodução/Filip Singer/EPA)


Divergências em pontos centrais

Ainda que alinhada em diversos sentidos, a extrema-direita europeia diverge em pontos centrais do plano de ação do grupo. Por exemplo, Meloni, Le Pen e boa parte dos países integrantes do Parlamento tendem a tomar uma atitude mais conciliadore frente à Guerra da Ucrânia, enquanto o líder conservador Húngaro Viktor Orban declarou apoio total à Rússia.

Ainda assim, pode-se elencar características comuns que unem esses partidos em um só bloco, como a rejeição à políticas ambientais, imposição de medidas mais restritivas para a imigração e manutenção de costumes tradicionais.

Foto destaque: Giorgia Meloni e Marine Le Pen em 2015  (Reprodução/Alessandro Serrano/Sipa)

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