O ex-gerente do Twitter Ahmad Abouammo foi considerado culpado, nesta terça-feira (9), por espionagem para o governo da Arábia Saudita ao conceder informações privadas de usuários dissentes sauditas em troca de subornos de centenas de milhares de dólares.
Após duas semanas e meia de julgamento no Tribunal Federal de São Francisco, nos Estados Unidos, Ahmad Abouammo, duplo cidadão americano-libanês, de 44 anos, foi condenado por seis das 11 acusações criminais que enfrentou, incluindo lavagem de dinheiro, falsificação de registros e fraude eletrônica.
De 2013 a 2015, o ex-funcionário gerenciava parcerias de mídia e ajudava a supervisionar os relacionamentos entre celebridades do Oriente Médio e Norte da África com jornalistas no Twitter.
Ex-gerente de contas no Twitter recebeu centenas de milhares de dólares da Arábia Saudita para enviar informações privadas de usuários dissentes sauditas. (Foto: Reprodução/Istoé)
A promotoria do caso alegou que Abouammo foi recrutado por Bader Al-Asaker, conselheiro próximo do o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, que também é o atual ministro da defesa do país, para acessar contas da rede social e descobrir informações pessoais sobre pessoas que divergem da organização política saudita.
O perfil @mujtahidd, de um agitador político com milhões de seguidores, que criticava a família real e fazia acusações de corrupção e outros crimes, foi uma dentre as contas invadidas, segundo a acusação.
Segundo a promotoria, em troca dos serviços de espionagem, Ahmad Abouammo recebeu um relógio de luxo de US$ 20.000 e centenas de milhares de dólares do funcionário do governo saudita e o dinheiro do suborno foi depositado na conta de um parente no Líbano e depois transferido para a conta própria nos Estados Unidos.
Tanto o Twitter quanto os advogados públicos federais de defesa do réu não quiseram comentar imediatamente sobre o caso.
Foto Destaque: Ex-funcionário do Twitter é condenado em caso de espionagem para a Arábia Saudita. Reprodução/Twitter