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Estudo mostra que problemas sociais de maior impacto eleitoral divergem entre jovens e mais velhos

Pesquisa feita com eleitores de diversas idades aponta preocupações distintas entre jovens e mais velhos, que tem prioridades diferentes a respeito do que precisa ser feito.

05 Set 2022 - 15h30 | Atualizado em 05 Set 2022 - 15h30
Estudo mostra que problemas sociais de maior impacto eleitoral divergem entre jovens e mais velhos Lorena Bueri

Foi realizado por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostrando que os problemas sociais de maior impacto no eleitorado e as preferências do mesmo são variadas entre os mais jovens e os mais velhos, assim como entre negros e brancos, de acordo com o estudo, realizado com grupos focais em oito capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Belém, São Paulo, Brasília, Fortaleza e Cuiabá.

O trabalho realizado pelo Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (Lemep) e do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) mostra que os mais velhos (acima de 30 anos) tendem a ser mais preocupados com a economia, saúde, educação e o alto custo para se viver. Já os mais jovens (até 30 anos) demonstram maior interesse na segurança pública e qualidade dos transportes coletivos.

João Feres Júnior, coordenador da pesquisa, enxerga o resultado como a responsabilidade dos mais velhos com o sustento de uma família. Enquanto os mais jovens “têm a ver com a vivência deles, de circular pela cidade, inclusive em horários e locais ermos, por isso, a preocupação com segurança e transporte”. Avalia João.


                           

                                           Matéria realizada pela CNN a respeito da pesquisa (Video:Reprodução/CNN)


O consumo de notícias também varia, o eleitor mais velho tem mais afinidade com a televisão, sendo sua principal fonte de informações, enquanto os mais jovens tendem a fazer maior uso da Internet e redes sociais.

Com o foco em compreender a interação entre a cor da pele e as preferências políticas, a pesquisa foi realizada com eleitores negros, pardos e brancos, das classes C, D e E. De acordo com o estudo, pardos criticam mais a situação atual econômica do Brasil do que pretos, concentrando a maior parte de suas críticas ao desemprego e inflação. Os negros se concentraram mais nos problemas relacionados a pobreza e fome, se mostrando mais sensíveis às causas de saúde e educação. Segurança e transporte foi o assunto principal citado pelos brancos.

A respeito da representação de negros na política, jovens pardos e pretos mais velhos mostraram otimismo com os avanços, em contra partida os brancos não possuíam conhecimento sobre o tema, além de demonstrarem baixa sensibilidade, com alguns rejeitando à ideia de que a cor da pele deveria ter influência para o voto.

Em declaração o coordenador do trabalho diz:

“ A notícia boa é que todo mundo quer igualdade. Mas a eleição que a gente vai passar agora se dá num contexto de crise econômica aguda As pessoas estão pobres, muitas delas enfrentam a fome, estão preocupadas com questões muito concretas, de colocar comida na mesa, isso faz com que o tema de uma pegada mais cultural fique em segundo plano”.

 

Foto Destaque: Urna Eleitoral/ Reprodução: Contee

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