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Estudante compra dois pacotes de viagem para Argentina após tomar remédio contra insônia

O estudante de 22 anos teve alucinações após ingerir zolpidem, remédio contra insônia, e comprou dois pacotes de viagem para Buenos Aires, totalizando R$9 mil.

07 Nov 2022 - 15h31 | Atualizado em 07 Nov 2022 - 15h31
Estudante compra dois pacotes de viagem para Argentina após tomar remédio contra insônia Lorena Bueri

Zolpidem é um medicamento hipnótico que atua diretamente no sistema nervoso central. As propriedades dele são calmantes, relaxantes, sedativas e até ansiolíticas, e trata-se de um remédio controlado recomendado para pessoas que possuem insônia. 

Recentemente, o zolpidem tem ganhado bastante popularidade nas redes sociais, no entanto, isso tem ocorrido por conta do uso incorreto e irresponsável. 

Um exemplo de danos que utilizar o medicamento incorretamente é o que ocorreu recentemente com Pedro Henrique Alves, estudante de 22 anos, que passou por uma história um tanto quanto curiosa após o uso deste remédio e acabou viralizando na internet.

“Eu tomei a medicação e me deitei. Quando me deitei, comecei a sentir fome. Levantei e fui pegar a comida na geladeira. Me sentei na cama e fiquei olhando o Instagram. Nisso já começam os lapsos de memória”, relata o estudante Pedro Henrique.

A descoberta só veio no dia seguinte, quando o estudante encontrou em seu celular um vídeo que havia gravado e enviado para uma amiga. “Eu sonhei que a rainha de Genóvia está vindo me pegar e estou indo embora. Tchau para todo mundo. Um dia eu volto, talvez não.”

O estudante faz o uso de zolpidem desde 2020, o que não é indicado. Profissionais da saúde aconselham a medicação apenas para alguns casos de insônia. Além disso, está escrito na bula: o remédio não deve ser usado por mais de quatro semanas.

“Ele é um hipnótico direto. Por exemplo, se eu tomo um medicamento que tem uma ação sedativa, eu vou sentindo a entrada do sono, aquele estímulo, eu vou bocejando, eu vou sentindo que eu estou entrando no sono”, relata Dalva Poyares, pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Unifesp.

Porém, o funcionamento do zolpidem é diferente. O indutor de sono atua em receptores específicos dos neurônios que geram um ‘apagão’ do cérebro de maneira mais rápida e instantânea.

“É como se eu tivesse acordado e, ao mesmo tempo, dormindo. Esse estado é muito semelhante ao sonambulismo”, afirma Dalva.

Outro relato curioso de Pedro: ele conta que após ingerir o zolpidem, tomou a decisão de viajar.


Obelisco de Buenos Aires, capital da Argentina. (Foto: Reprodução/Matias Cruz/Pixabay)


“Comprei dois pacotes de viagens em Buenos Aires. Cada pacote ficou R$4,5 mil, totalizando R$9 mil as duas viagens. Pela manhã, a agência de viagem me ligando. A primeira vez que atendi foi para perguntar se eu comprava viagens e eu reconhecia. Falei que não reconhecia. Depois foi um banco falando que eu tinha tentado fazer essa compra de R$9 mil, pedindo autorização para ligar. Eu já liguei diretamente para um agente da viagem e falei que pensava em cancelar a viagem, e ela veio me perguntar o motivo. Aí expliquei: 'tomei o zolpidem'.”

Por fim, o jovem conseguiu cancelar os pacotes da viagem a Buenos Aires.

Foto Destaque: Zolpidem (Reprodução/Shutterstock/Lifestyle ao minuto)

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