Nesta terça-feira (03), a polícia do Rio de Janeiro iniciou uma operação de grande porte para acabar com um esquema de lavagem de dinheiro associado ao Comando Vermelho (CV) e à realização de rifas ilegais nas redes sociais. O alvo principal é Viviane Noronha, esposa do cantor MC Poze do Rodo, acusada de permitir que os criminosos usassem contas em seu nome para movimentar altas quantias de dinheiro. Segundo as investigações, o grupo teria lavado aproximadamente R$ 250 milhões utilizando empresas, rifas fraudulentas e transações simuladas.
Os valores eram inseridos no mercado formal por meio de pessoas físicas e jurídicas, mascarando a origem criminosa do dinheiro. As quantias seriam revertidas para financiar atividades como tráfico de drogas, compra de armas e manutenção do poder da facção em comunidades cariocas.
Durante a ação, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens, incluindo carros de luxo, joias e objetos de alto valor, tanto na residência de MC Poze quanto de outros envolvidos.
Rifas ilegais e ostentação nas redes sociais
As investigações revelaram ainda que o grupo realizava rifas clandestinas, muitas vezes disfarçadas como promoções nas redes sociais. Essas movimentações ofereciam prêmios como carros, bolsas de grife, eletrônicos e até procedimentos estéticos, mas operavam sem autorização da Secretaria de Avaliação, Planejamento e Energia e Loteria do Ministério da Fazenda. O modelo das rifas utilizava aplicativos que simulavam sorteios com aparente transparência, mas, na prática, havia indícios de manipulação dos resultados.
MC Poze do Rodo é preso por envolvimento com o Comando Vermelho (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)
Além de Viviane, outros influenciadores digitais estão entre os investigados, incluindo Jonathan Luis Chaves Costa, conhecido como Jon Jon, e Roger Rodrigues dos Santos, o Roginho Dú Ouro. Até médicos foram envolvidos, como o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva, que vendia rifas de procedimentos estéticos.
Acusações e desdobramentos
Após as buscas, Viviane usou as redes sociais para acusar policiais civis de suposto furto de itens durante a operação, como uma bolsa de grife e braceletes de ouro. A Polícia Civil nega as acusações e afirma que todos os bens apreendidos foram devidamente registrados.
As investigações continuam e podem levar ao indiciamento de outros nomes envolvidos na rede de lavagem de dinheiro e rifas ilegais. A Polícia reforça que participar desse tipo de sorteio é crime tanto para quem promove quanto para quem compra os bilhetes.
Foto destaque: Viviane Noronha e MC Poze do Rodo (Reprodução/Instagram/@reservadavivinoronha)
